domingo, 25 de março de 2012

Alimentação na creche: Saberes e fazeres

Maria Cristina dos Santos


Entrevista com a diretora do Centro de Educação Infantil Jardim Rodolfo Pirani Maria Goreti de Sousa Marinho
Foto do perfil 

O que leva a equipe do Centro de Educação Infantil Jardim Rodolfo Pirani a este olhar mais cuidadoso com os momentos de refeição? 







Primeiramente entendermos que este momento é privilegiado,  o número de aprendizagens é impar e que formar a criança com hábitos e práticas saudáveis requer muito estudo e reflexão e o  respeito a criança em todas suas necessidades e direitos. 


Quem participa destas formações ? 


  

 


Todos os setores desde as funcionarias das empresas terceirizadas da cozinha e limpeza, equipe de apoio representada por ATEs, Agente Escolar, Agente de Apoio, Professores, Coordenadora Pedagógico e Direção
Essa formação leva em consideração a concepção de criança que temos como sujeito de direitos e produtor e consumidor de cultura. 
Durante todo o processo ocorrem  avaliações que vão desde selecionar criteriosamente  os utensílios e acessórios que são utilizados, as questões relativas à organização do espaço; disposição desse material no refeitório, postura da equipe durante este momento rico em aprendizagens,a unificação das ações coletivas, por parte dos adultos, em todos os horários das refeições, propiciando uma rotina estável e adequada para que a criança se sinta segura e confortável nesse contexto social.
Durante a Jornada Pedagógica um dos temas debatidos  foi à escolha dos utensílios que serão usados no próximo mês quando iniciaremos o processo do auto serviço. Os olhares refinados dos professores e equipe de apoio na avaliação dos detalhes demonstram o compromisso social com a criança e sua família.


É mais difícil implantar ou manter  um projeto  como Hora de compartilhar –Momentos de refeição no Centro de Educação Infantil?

Com certeza manutenção!
Em primeiro lugar gostaria de destacar que a Educação de 0 a 3 anos é algo muito recente para as secretárias de educação. Ao pensarmos que  a rede municipal de São Paulo tem uma história de 75 anos com crianças de 4 a 6 anos e no máximo 10 com crianças de 0 a 3 anos.
Lembro-me que após 20 anos com o mobiliário ainda comprado pela Secretária de Assistência Social, foi encaminhado paras as creches  mesas e cadeiras para atender crianças de 4 a 6 anos.
Muitos gestores por não compreender  a importância do tamanho das mesas e cadeiras para o desenvolvimento da autonomia da criança simplesmente mandaram  serrar os pés das mesas e cadeira, que continuaram a ser inadequadas.
Através de estudos, pesquisa bibliográfica e de campo conseguimos  provar   aos nossos  dirigentes  a importância de atender as especificidades desta faixa etária, pois compreendemos o ambiente como o terceiro educador que provoca novas aprendizagens educando,   desafiando e acolhendo-os.
A partir deste movimento a Secretária de Educação adquiriu cadeiras e mesas que atendem as especificidades das crianças.
Utilizar prato, copo,  xícara de vidro (temperado por ser  resistente a impactas e pequenas quedas sendo três   vezes mais resistente que o vidro comum e quebra em pedaços pequenos, não causando risco as crianças),  geram um custo que tínhamos que garantir através das  verbas do   PTRF (Programa de Transferência de Recursos Financeiro) ,  o PDDE  (Programa de Dinheiro Direto na Escola) e das contribuições espontâneas de pais e funcionário.
Hoje nos contratos com as empresas terceirizadas de alimentação consta que eles devem fornecer os pratos de vidro, se hoje os gestores das unidades educacionais (Ed Infantil, Ensino Fundamental e a Educação de Jovens e Adultos) não utilizam as   é por desconhecerem ou não compreenderem as aprendizagens envolvidas durante este momento de refeição.  Não é o ideal ainda, pois ainda temos que custear, xícaras, copos de vidros, jarras, guardanapos, mas com certeza   é um avanço.
Outro avanço é que a equipe gestora e comunidade escolar podem optar por porporcionado ou auto-serviço.
Temos muito a avançar, mas creio que estamos no caminho.



  

   

Porporcionado ou auto serviço?
Auto serviço. Não estou aqui preconizando que deve ser no balcão, existem outras formas, porem garantimos a oportunidade da criança escolher o que e quanto quer comer.
Manejar os talheres os maiores de 2 anos já são competentes para servir-se com pouca intervenção do adulto, lembrando que quanto menor a criança  mais ela necessita da mediação do adulto, estimulado a experimentar alimentos não conhecidos por eles.  O desperdício dos alimentos é visivelmente reduzido.
Já no proporcionado, que nada mais é do que o famoso prato feito, a criança não tem autonomia nenhuma para decidir o que quer e quanto comer deseja comer. O desperdício de alimentos é enorme. Se a criança desejar comer somente a sobremesa ela deve pegar tudo e descartar todo o restante para poder comer a sobremesa que normalmente é uma fruta. Na verdade estamos deseducando.

   

  
Quero parabenizar a toda a equipe de profissionais do CEI Jd. Rodolfo Pirani que cada vez mais se destacam no fazer consciente de suas atribuições junto às crianças.
Agradeço a todos os funcionários que estão na U. E. e a alguns que já foram partiram.
Tenho muito orgulho de ser um membro dessa turma!

E  dizer que a DRE S. Mateus tem muitas unidades  que são pares avançados como o CEI Jardim Santo André, EMEI  Danton e EMEI Rumi Oikawa entre outras


2 comentários:

Lu Mesquita disse...

Parabénsssssssssssssss seu blog é maravilhoso.

Elaine Alonso disse...

Parabéns por compartilhar suas ideias e projetos, elas nos motivam a melhoria constante de nossa prática pedagógica.