segunda-feira, 27 de junho de 2011

LIVRO SEM TEXTO

                                                                     Bete Godoy

Chamado de “livro de imagem, álbum de figuras, álbum ilustrado, história muda, história sem palavras, livro de estampas, livro de figuras, livro mudo, texto visual” ...(CAMARGO, 1998) é muito utilizado pelos professores, em especial na educação infantil.

O primeiro livro sem texto publicado no Brasil foi “Ida e Volta”, de Juarez Machado,  em 1976, pela Editora Primor. Desenhado em 1969 e publicado na Europa em 1975. Um rápido comparar de datas já nos leva a concluir que este tipo de livro teve que vencer algumas barreiras antes de ter o seu valor reconhecido no meio literário.


Literário... sem texto?

Segundo Fanny Abramovich: “Ao prescindir do verbo, dão (os autores) toda possibilidade para que a criança o use... oralizando estas histórias, colocando um texto verbal, desenvolvendo algumas das situações apenas sugeridas (personagens que aparecem apenas como figuração, como elemento de perturbação do todo ou para salientar um momento ou uma possibilidade insólita), ampliando um detalhe proposto e daí refazendo o todo, de modo novo e pessoal...Criando uma história a partir duma cena colocada, misturando várias, musicalizando alguma relação, sonorizando uma descoberta feita, inventando enfim as possibilidades mil que narrativas apenas visuais (quando inteligentes e bem feitas) permitem e estimulam...(...).Estes livros são sobretudo experiências de olhar...De um olhar múltiplo pois se vê com os olhos do autor e do olhador/leitor, ambos enxergando o mundo e as personagens de modo diferente, conforme percebem esse mundo.” (ABRAMOVICH, 1989).

Esse tipo de livro é de grande importância para a criança, pois a torna coautora da obra, criadora de um texto verbal e até mesmo de outros textos visuais.

A imagem tem papel fundamental nos livros infantis. Os livros sem texto primam pela exploração deste elemento e tentam potencializar, não somente o poder das imagens, mas também, em muitos deles, da materialidade do livro em si.

Vivendo num mundo cada vez mais visual em que somos "atingidos" por imagens a todo instante, despertar e sensibilizar o olhar para os detalhes é uma forma de tornar o leitor mais atento ao mundo em que vive.  Proporcionar às crianças desde pequenas o contato com esses livros é potencializar a aprendizagem da leitura das imagens (Valéria de Oliveira).


Na hora de escolher um bom livro de imagens não vale apenas achar as ilustrações "bonitas". É necessário que haja um projeto literário e artístico para que esses livros possam despertar verdadeiramente o leitor que não precisa ser necessariamente a criança.

Apontamentos importantes:


“(...) não basta apenas a boa vontade do docente, o professor precisa receber fundamentação teórica e prática para formar o leitor de imagens, uma vez que “ninguém facilita o desenvolvimento daquilo que não domina, nem promove a aprendizagem de algo que não teve a oportunidade de conhecer”. Almeida (2003, p .9).

  • A leitura de livro sem texto é destinado a qualquer faixa etária.
  • É um estilo literário que estimula a leitura de imagens.
  •  Leitores convencionais ou não, podem participar da leitura. É um equívoco afirmar que são livros destinados apenas aos que ainda não dominam o código lingüístico.
  • Escolha boas ilustrações.
  • Ilustrações confusas para a faixa etária dificultará a leitura.
  • O professor deve ler a história antecipadamente com atenção e pensar nas possibilidades de interpretações.
  • O momento da leitura deve ser bem planejado.
  • O professor deve ter claro quais são só objetivos da leitura de um livro sem texto dentro do trabalho que está realizando.
  • No momento da leitura a visualização das páginas é importante.
  • Organize as crianças de maneira que possam ver as ilustrações.
E o professor como participa da leitura?
Existem duas situações diferenciadas no papel do professor no momento da leitura do livro sem texto:

1ªO professor faz a leitura das imagens segundo o seu olhar;
2ªO professor mesmo tendo sua interpretação convida as crianças a contarem a histórias a partir da leitura das imagens.

Na primeira situação existe um direcionamento da leitura por parte do professor. Mesmo que as crianças participem com suas observações a leitura foi conduzida segundo o olhar do leitor (o professor).
"São muitos os fatores que influenciam na compreensão estética, dentre eles o meio familiar, o social, o acesso a imagens estéticas, etc. Contudo, a interação situa-se como fator preponderante no desenvolvimento da educação do olhar, uma vez que esta permite o desenvolvimento de idéias mais sofisticadas, as quais possibilitam uma leitura cada vez mais crítica."Rossi (2003, p.130).

Cada olhar está carregado de significados, interpretações e emoções de acordo com experiência de vida de cada pessoa.

Na segunda situação o professor mediará auxiliando-as na observação das imagens sem concluir no lugar da criança. A cada observação feita o professor estimulará novos olhares. A pergunta tem papel importante no convite à leitura, a escuta atenta das falas e observação da expressão fisionômica da criança são elementos reveladores de como cada um participa e deve ser considerado pelo professor no processo de leitura de imagens.

"Na medida em que o indivíduo vai conhecendo, explorando, formulando hipóteses e refletindo sobre as imagens, ele vai gradualmente refinando o olhar. A escola pode contribuir para o desenvolvimento desse processo, oferecendo desafios sob a forma de atividades abrangendo diferentes imagens existentes. Isso envolve, segundo o autor, não um treinamento, mas a participação da criança em atividades que coloquem em prática a ação de fazer perguntas às imagens e refletir sobre elas.Almeida Junior (2000, p. 20).
Para saber mais:
  • DOMICIANO,Cassia Leticia Carrara  – Professora assistente da Universidade Estadual Paulista (UNESP), doutoranda do Instituto de Estudos da Criança, Universidade do Minho (Portugal).
  • ALMEIDA JÚNIOR, J. B. de. Alfabetização para a leitura de imagens: apontamentos para uma pesquisa educacional. Revista de Educação, n. 08, p. 15-21. Pontifícia Universidade Católica. PUC-Campinas. Campinas: 2000.
  • RAMALHO E OLIVEIRA, S. R. Leitura de imagens para a educação. 1998. 288 f. Tese (Doutorado em Comunicação e Semiótica). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
    ROSSI, M.H.W. Imagens que falam: leitura da arte na escola. Porto Alegre: Mediação, 2003.
  • Livros sem texto para crianças Pré-escolares: produção e leitura.

domingo, 19 de junho de 2011

Agenda Escolar, pra que mesmo?

Por Maria Cristina Santos


A educação infantil exercida por creches e pré-escolas é considerada um direito de toda criança de 0 a 6 anos, garantir esse direito implica considerar a família como base afetiva e de referencia primária à sua individualidade e socialização.
Para que a criança se beneficie dos dois contextos (familiar e institucional), é necessário que se estabeleça uma parceria entre ambos, principalmente quando se trata dos menores que não tem sua oralidade desenvolvida.
Segundo Maranhão e Silva “o cuidado e a educação de crianças menores de seis anos requerem comunicação diária entre educadores da infância e a família, para que seja possível identificar necessidades, saber como atendê-las, combinar determinados cuidados e a forma de oferecê-los.”
É consenso entre os educadores que a agenda escolar é um canal de comunicação.
Mas como isso se dá na prática?
A partir de algumas inquietações passei a pesquisar na instituição na qual atuo.

O que o professor escreve na agenda para a família?
  •  Recados institucionais;
  • Ocorrências (acidentes, mordidas);
  • Solicitação de parceria em atividades ocasionais;
  •  Recados carinhosos;
  • Comunicado de extravios de roupa ou objetos pessoais;
  • Solicitando roupas adequadas segundo o clima;
  • Raramente um agradecimento;
  • Pouca comunicação para falar da criança e seu desenvolvimento.
O que os pais escrevem para o professor?

  •  Extravio de pertences pessoais;
  • Poucos questionamentos sobre a rotina da criança;
  • Agradecimento;
  • Comunicado sobre a saúde da criança;
  •  Esclarecendo sobre a ausência da criança;
  • Raramente questionam sobre o bem estar da criança ou seu desenvolvimento.

Questionei os professores o que eles consideram importante informar as famílias para estabelecer uma parceria.
  • O que esta acontecendo na sala de convivência e a importância destas atividades no desenvolvimento da criança;
  • Sobre a saúde da criança, levando em consideração o conceito de saúde segundo a OMS, a qual define saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de afecções e enfermidades”;
  • Sobre a rotina da instituição;
  •  Os avanços da criança, seja na oralidade, nas questões referentes a autonomia e auto-cuidado ou em outros campos do conhecimento;
  • Estabelecer combinados entre família e educadores.
Novamente questionei os professores sobre o que eles acreditam ser necessário saber da família para identificar as necessidades da criança e assim qualificar o atendimento da mesma

  • Questões relativas à saúde da criança;
  • Problemas que possam afetar o comportamento da criança;
  • Observações sobre o desenvolvimento da criança em casa;
Como podemos observar existe um descompasso entre a função da agenda e como a mesma é utilizada de fato.
Novas inquietações surgiram

Questionei os professores sobre quais entraves para que a agenda seja de fato um instrumento de comunicação com a família?
  • Falta de tempo;
  • Um professor não sabe o que aconteceu com a criança no turno do outro professor
  •  Número grande de agendas para escrever diariamente.
  • Muitas famílias não enviam agenda.

Quais as estratégias poderíamos pensar para dinamizar o uso das agendas?
  • Envolver as crianças de forma que elas retirem as agendas das bolsas pela manhã e guardem a tarde e percebam que seus professores estão fazendo uso das mesmas para estabelecer um canal de comunicação com as famílias.
  • Utilizar o caderno de intercorrência na comunicação entre os dois professores do agrupamento;
  • Os professores do agrupamento devem estabelecer combinados sobre o que e como escrever na agenda, sendo que em alguns casos os mesmo deverão primeiro conversar para depois responder a família;
  •  Professores da manhã ao receberem as agendas e verificar se existe recado direcionado a ele ou algum problema com a criança;
  • Professor da tarde escreve nas agendas na hora do sono
A agenda canal de comunicação oficial, visto que faz parte da lista de material individual enviado pela secretária de educação.

A escrita deve ser profissional, algumas dicas:
  • Seja cordial;
  • A comunicação deve ser clara e objetiva;
  • Lembrar que antes de ser pai ou mãe existe uma pessoa com identidade própria, escrever o nome do pai, mãe ou responsável pela criança torna a comunicação mais pessoal;
  • A comunicação se dá entre dois adultos, por isso não é interessante infantilizar com palavras no diminutivo, termos chulos.
  • Ao pensarmos procuramos estabelecer uma comunicação com um leigo, evite termos técnicos ou o chamado “pedagogês”.

Para saber mais
Maranhão, Damaris Gomes e Siva, Conceição Vieira_ A interação da creche e da pré-escola com a familia – Revista Pátio Educação Infantil – ano IX Janeiro/março de 2011
Santos, Lana E. Creche e pré- escola: Uma abordagem de saúde. São Paulo: Artmed, 2004
Goldeschied, E.; Jackson, S. Educação 0 a 3 anos: atendimento em creche. Porto Alegre: Artmed, 2006.

Revisão do texto: Quitéria Campanaro

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS

Roda de Contação de Histórias/ Narrativas Orais



Bete Godoy

“Um contador de histórias tem a necessidade de ver as palavras pularem do papel e se mexerem dentro das pessoas, de preferência na vida de todos os dias.

...Somos nós os protagonistas, é a nossa própria história que contamos enquanto vivemos o relato exemplar. Enquanto estamos dentro do conto, experimentamos a certeza de que valores humanos fundamentais como a dignidade, a beleza, o amor e a possibilidade simbólica de nos tornarmos reis permanecem vivos em algum lugar dentro de nós...(Regina Machado p.15).”

Quando, ouvimos um conto, temos uma experiência única, singular, no momento da narração, uma construção imaginativa se organiza fora do tempo real.

Contar histórias é uma arte milenar que encanta crianças, jovens e adultos.

Na educação infantil, tem presença garantida nos momentos de roda. Reconhecendo a sua importância no desenvolvimento da linguagem verbal convidamos a professora Neusa D’Onofrio para participar de um bate-papo afim de incentivar os professores a planejarem boas práticas de “contação” de histórias/narrativas orais.



Contadora de Histórias

Neusa D’Onofrio

Bete:Por que as crianças gostam tanto de ouvir histórias?
Neusa: Acredito que haja várias razões. Dentre elas, a possibilidade de sonhar que a história oferece. É um momento em que se entra em contato com o que é mais pessoal, mais privativo do ser humano. Daí, o gosto pelas narrativas tradicionais, que tanto encantam as crianças.

B:O que o professor precisa saber para contar história?
N: Primeiramente, o professor precisa gostar de contar histórias. O gosto o leva a aprimorar a percepção e com esta ele pode escolher aquilo que melhor se adequar a um determinado público ou momento. Tudo isso não dispensa a leitura de boas obras literárias. O professor precisa conhecer as narrativas para tê-las em mãos e fazer uma boa escolha. É necessário aprimorar o conhecimento. Quanto mais leituras realizar, melhor estará preparado.

B:Quais os cuidados na seleção do texto?
N: Só podemos ter cuidado ao selecionar o texto, quando temos um bom repertório. Há necessidade de parâmetros. Escolher um bom texto, cujas partes estão bem articuladas, é fundamental. Outra observação é no que se refere aos elementos intrínsecos à história. Que valores ela me passa? Devemos tomar cuidado com histórias estereotipadas, que simplificam as ações das personagens, destituindo-as da condição humana. Como exemplo poderia sugerir a comparação da história da Cinderela dos Irmãos Grimm com a do Disney. Naquela, a moça passa por várias provas até conseguir ir ao baile; enquanto nesta (Disney), surge apenas uma fada madrinha, sem que para isso Cinderela precise enfrentar desafios. Acredito que a vida exige de nós, humanos, a superação das dificuldades, a fim de crescermos. Boas histórias falam de humanos.

B:Quais os critérios na seleção dos materiais?
N: Se optarmos por usar materiais no ato da contação, devemos ter cuidado para não torná-los mais importante do que a própria história. O exagero pode focar a atenção para os materiais. Se na história houver rei, rainha, príncipe, princesa, fada e bruxa não há necessidade de buscar a representação de todos. Devemos perguntar: qual é o elemento principal dessa história? Se for a princesa e o príncipe, bastaria um material para cada um; por exemplo, para a princesa um leque ou um tecido, ou qualquer outro objeto, que possa representá-la. Se a princesa for delicada, qual a cor e a textura que lhe daremos? Há histórias em que os espaços são mais significativos do que as personagens. Então busco algo que possa dar a verdadeira dimensão de cada lugar.

B:O que significa selecionar materiais da mesma família?
N: Certa vez vi uma contadora que usava materiais de uma mesma família: carretéis de linha, agulha e tesoura. Teve um momento em que tive de contar a história da mandioca. Como é uma lenda indígena, busquei materiais que se sintonizassem. Optei por uma peneira e potes de palha, um sino de vento de bambus e o polvilho da mandioca. Esses dois exemplos mostram que o importante é casar os materiais, proporcionando harmonia. Como também posso optar por um leque e um colar. Eu diria que é da mesma família? Mais do que isso: eles podem se combinar na história. A prática fará o contador ter uma boa percepção e escolha.

B:Qual a importância do ambiente?
N: O ambiente dará um clima à história. Muitas vezes dispomos os objetos que são utilizados no ato da contação, de tal forma que se cria um ambiente. Ele fará parte da história. Então passa a ser dinâmico e interage com o restante.


B:Qual a diferença entre cenário e ambientação?
N: O cenário é algo estático, que muitas vezes serve apenas para representar um determinado espaço. Ele acaba não interagindo com a história; diferentemente da ambientação, em que ela passa a fazer parte. Conto uma história cujo rei quer casar as três filhas. Diante disso, ele manda seu embaixador levar o retrato de cada princesa: a primeira ao Norte, a segunda ao Sul e a terceira ao Oeste; porém, neste último espaço, o rei não aceita se casar com a princesa. Só no Leste é que haverá o encontro entre o monarca e a terceira princesa. Utilizo quatro bancos, sinalizando as quatro direções. Em cada banco coloco um echarpe, correspondendo a uma princesa. Com são três, um banco fica desocupado, devido à trama do conto.

B:Antes de contar histórias devo ou preciso falar do que se trata? Falar o título?
N: Depende do momento. Não há regra. Há situações em que se aborda alguma questão que teria haver com a história; então vale a pena essa antecipação. Há outras ocasiões, em que se começa a contar e vai aos poucos chamando a atenção do ouvinte, encantando-o, para que ele tenha o prazer de descobrir e/ou se descobrir aos poucos.

B:Posso contar uma história com finalidade pedagógica?
N: Claro que podemos; porém nunca devemos submeter à história ao conteúdo pedagógico. O próprio ato de contar já leva o aluno a muitas reflexões que podem surgir em diversos momentos. O bom senso do professor o levará à escolha da melhor ocasião.


B:Posso contar histórias sem utilizar materiais?
N: Com certeza. Aliás, devemos nos valer de outros recursos, como a voz, o olhar e o corpo. Como eu disse anteriormente: a história deve sempre estar em primeiro plano.

B:Contar histórias manipulando objeto pode ser difícil para os que ainda não têm essa habilidade desenvolvida? Qual a dica que você daria para quem inicia este trabalho?
N: É só experimentando que vamos conseguir manipular os objetos. O melhor é iniciar com um só. Conto uma história em que uso apenas um leque, aberto para representar a princesa e fechado, para o príncipe. Devemos ter muito cuidado com o exagero.

B:Depois de contar preciso conversar com as crianças sobre a história?
N: Tudo dependerá do objetivo traçado. Se for apenas com o intuito de proporcionar um momento de magia, deixem que levem em seu coração a história contada. Do contrário, a conversa pode acontecer. Muitas vezes as próprias crianças tomam a palavra. Isso é ótimo!

B:As crianças podem participar no momento da narração?
N: Há sim a possibilidade de propor uma interação: fazer perguntas sobre um dado momento na história, interromper a narrativa e pedir que elas completem, enfim, há várias maneiras de as crianças participarem.


O link abaixo apresenta um programa gravado na all TV (todos os sábados da 10:00 as 12:00) apresentado por Elaine Gomes e Neusa D’Onofrio é uma das convidadas.
Neusa conta duas história e tece comentários sobre quais foram os critérios e cuidados na seleção do texto, na escolha dos materiais e no momento da apresentação.

O vídeo de tem duração de 50 minutos e é um excelente material de estudo nos momentos de formação e pode ser dividido em partes para ser assistido.


Que história é essa?
Acesse: www.vimeo.com/20290836

Telefones de contato de Neusa D’Onofrio para cursos e palestras:
(11)2957-1659
(11)8139-4166

Email: neusaonofre@yahoo.com.br

Curso: Contadores de Histórias


Formadora: Neusa D’Onofrio
Local: ZiarteViveka-SP


Professores que participaram do curso:
Bete, Jeniffer, Carla, Adriana e Teresinha- DRE -São Mateus

Bibliografia:
Machado, Regina.Acordais fundamentos teórico-poéticos da arte de contar histórias.

domingo, 5 de junho de 2011

Cantos de livre-escolha - Estratégia formativa


Um dos grandes desafios na formação em serviço de professores  são os  registros reflexivo como instrumento para qualificar a prática docente.
Um dos exercicios para qualificar o olhar e a escuta do professor durante a formação foi a leitura do texto: Muitos mundos numa única sala da  Adraina Klis
Após a leitura foi aberta a a discussão sobre  as caracteristicas desta atividade.
Em um  segundo momento propus  o planejamento de uma atividade com cantos de livre escolha e a  execução do mesmo.
A professora Rute Nogueira de posse dos seus registros de observação (escrito e filmado) compartilhou com a coordenadora, para que a mesma  esclarecesse algumas dúvidas que pairavam com relação a esta atividade.
Após a devolutiva   propus um  replanejamento da atividade.
Este exercício apresentado a baixo foi a segunda atividade de cantos de livre escolha realizado com as crianças do mini-grupo I A. 

CANTOS DE LIVRE ESCOLHA

Agrupamento: MGI A
Professora: Rute Luiza Nogueira da Silva
Data: 24 de maio de 2011
Tempo previsto: 40 minutos

Nome do canto: bonecas e carrinhos




Descrição: O canto será composto de carrinhos de madeira e bonecas além de contar com um sofá de colchonetes para a utilização ou não das crianças, também estará disponível aos mesmos o mancebo com bolsas.

Essa reestruturação do canto se deve ao fato de que na atividade anterior os meninos não foram contemplados em sua especificidade.

Recursos: bonecas ,carrinhos, colchonetes , mancebo , bolsas,escada e tule.
Nome do canto: Quebra- cabeça


Esse jogo vem substituir o de construção devido à falta de interesse demonstrado pelos alunos na atividade anterior ,é um jogo já conhecido por eles que será apresentado com a utilização de mesinhas e cadeiras para melhor interação entre eles,bem como as intervenções que podem fazer .As mesinhas serão disponibilizadas em duplas.
Recursos: Diferentes jogos de quebra- cabeça, mesinhas , cadeiras, escada e tule.


Nome do canto: Pintura


Descrição: o canto de artes será mantido mas acrescentando novos elementos e alguns dificultadores por exemplo a disposição da tinta será feita em pratos plásticos utilizaremos brochas para pintura , o papel estará fixo na parede . Poderão ainda sentar-se na prancha de madeira ou não isso dependerá de cada aluno.

Recursos: Papel kraft, fita crepe, tinta guache, brochas de pintura,prancha de madeira, pratinhos de plástico,escada e tule.

Observação: O local pretendido para a realização da atividade é a quadra, o tule será usado para separação dos cantos e ao mesmo tempo propiciar aos alunos a visão do que estão ocorrendo nos outros cantos.


Observáveis:


  1. Qual o canto mais procurado?
        O canto de pintura foi o mais procurado, já durante a roda de conversa havia ocorrido manifestações das crianças onde a Nathalia falou: ¨tinta he, he ...¨ e os outros também acompanharam na aclamação.


  2.  Como foi a interação entre as crianças?
 No primeiro momento todos correram para a tinta e não perceberam que havia pincéis e suporte para todos (pratinhos) a frase mais falada foi ¨È meu¨.
O Riquelmy e o Murilo foram os primeiros a explorarem os outros cantos jogos e carrinhos respectivamente.
O grupo começou então a se redistribuir entre os cantos. O Kalebe buscou a mesinha onde estava o jogo de quebra-cabeça que já conhecia.
O canto de jogos passou a ser o mais visitado. A Nathalia queria o jogo só para ela e diante da interferência dos amigos chorava muito.
A Larissa queria ser a líder e mandar o que cada um tinha de fazer, não deu muito certo em outro momento brincando com a boneca pediu ao Kalebe que deixasse sua filhinha brincar com o jogo no que foi atendido ,ele pegou a boneca e sentou-a em seu colo e continuou a brincadeira.
O Riquelmy mais uma vez tentou montar a tartaruga não conseguiu.

 3.  Houve situações de conflito? Em caso positivo que tipo de intervenção feita?
      Sim, no canto de artes todos queriam o mesmo prato de tinta, a intervenção foi mostrar as outras possibilidades de cores ou da mesma cor em outro ponto.
Outra intervenção foi à retirada da prancha para as crianças ficarem mais confortáveis e ter melhor acesso ao papel para pintar.
Estimulei o Murilo na forma correta de utilizar a pista para brincar com o carrinho, e provoquei uma situação para tirar uma dúvida sobre como a Beatriz estava utilizando a prancha do quebra–cabeça.

4. Quais as falas das crianças que mais chamou atenção?
A busca da valorização da sua produção entre eles e a professora: ¨Tá bonito?¨.Larissa para Kalebe ¨Deixa o meu neném (boneca) brincar?¨aceitação do Kalebe que acomodou a mesma no colo.
A Larissa fez muitas intervenções no jogo dos outros alunos ¨è assim , não faz assim¨.

Avaliação do professora:
Esses cantos ficaram bem melhores que o anterior devido o espaço para ser explorado.
A ajuda da professora Andréia que construiu a pista de carros que foi utilizada por todos os meninos e do Luiz na hora de montar os cantos.
Novamente a descontrução dos cantos pela Caroline que utilizou as peças do jogo como ferramenta para bater e serrar, a Beatriz que usou a base do jogo para ser a cama do bebe.
Diferente dos cantos da sala as crianças foram mais colaborativas no guardar os brinquedos e contando com o auxilio do professor André para organizar os materiais e as crianças no horário do jantar .


Devolutiva da coordenadora.

Muito bom Rute,

Os cantos foram compostos de maneira muito cuidadosa atendendo as questões de estética e diversidade.
Como está desenvolvida a oralidade das crianças?
Eles conseguem manter um dialogo?
O que acha se mudarmos o observável de quais as falas das crianças que mais chamou atenção para os diálogos?

Cris

sexta-feira, 3 de junho de 2011

A Documentação Pedagógica. como ferramenta de investigação e reflexão sobre a prática educativa na Educação Infantil

O curso se propõe a discutir a documentação pedagógica como instrumento que permite ao professor conhecer como as crianças pensam e expressam seus conhecimentos por meio das diferentes linguagens. Para isso, discute o registro nas suas diferentes formas, em particular a fotografia e o texto escrito, possibilitando um olhar crítico e reflexivo sobre as práticas educativas cotidianas.

Carga Horária: 21 horas. Encontros presenciais às quintas-feiras, das 19h às 22h, Unidade Sumaré.
Início: 02 de junho
Valor: R$ 117,00 ou 3 parcelas de R$ 39,00.
Professores:
Anita Viudes C. de Freitas Mestre em Educação pela PUC/SP, especialista em Educação Infantil pela USP, professora do curso de Pedagogia da Faculdade Sumaré.
André Carrieri Diretor e roteirista de vídeos educacionais, mestre em Educação pela Faculdade de Educação da USP, professor do curso de Pedagogia da Faculdade Sumaré.

Ainda é possivel fazer inscrições



Para se inscrever o link é: http://www.sumare.edu.br/cursos_extensao/Inscricao/Principal.aspx