Maria Cristina dos Santos
“A inteireza, a certeza, a densidade do momento de criação estão presentes no adulto que cria e na criança que brinca. É visível a concentração, o corpo inteiro presente no ato de brincar de uma criança. È a sensação de estar inteiro no que está realizando o que une o artista à criança. A criança brinca porque não poderia ser de outra forma. Por isso desenha, por isso cria.”
Ana Angélica Albano Moreira
Toda criança desenha. Pode ser com lápis e papel ou com caco de tijolo na parede
A criança pequena desenha pelo prazer do gesto, pelo prazer de produzir uma marca. É um jogo de exercício que a criança repete muitas vezes para certificar-se do seu domínio sobre o movimento.Vem daí a importância que na educação infantil garanta na sua rotina como atividade permanente: desenhar, pintar, recortar e colar e de esculturas, pois a criança tem um tempo para se apropriar para se certificar –se do seu domínio sobre o movimento.
Um fato pode ser comprovado pelo número de revista com “atividades”.
Sinto que os professores têm necessidade de trazer para crianças sempre novas propostas, porém a criança não tem tempo para se apropriar, ela sempre estará experimentando, ou “explorando” como ouço de muitos professores.
O desenho da criança para ela uma linguagem como o gesto ou a fala.
Algumas dicas:
Não escreva o nome da criança sob o desenho ou a pintura, escreva atrás pequeno para que depois possa identificar. Isto é um sinal de respeito a sua produção;
Apresentar produções de crianças de diferentes faixas etárias
MGB
Disponibilizar diversos materiais (pincéis, tintas, lápis, giz de cera, papéis).
- Expor obras de artistas para que ela comece a estabelecer uma relação com o que faz e a produção do mundo adulto
Miró
Portinari
A ação do educador
Orienta a criação, participando do processo com interferências pontuais, e observa no trabalho pronto as singularidades da produção e a familiaridade com o universo da arte. Quanto menor a autonomia da turma, maior a participação do professor no direcionamento das tarefas.
Roda de apreciação
- Instigar a criança a pensar sobre sua própria produção e a dos amigos;
- Apresentar a produção e nomear quem fez;
- Quando apresentar a obra de artista dar informações sobre as imagens sem se antecipar às colocações da garotada – esse é o momento de pensar e sentir.
- Questionar :
- O que eles estão vendo;
- Quais formas foram utilizadas
- Chamar atenção para forma de utilização dos espaços;
- O que é diferente nas produções;
- O que é parecido
Percurso criativo
- È importante datar a produção das crianças;
- Retomar de tempos em tempos;
- Rever antigas produções das próprias crianças;
- Expor a produção na sala;
- Valorizar a produção da criança sem intervir na mesma;
Alguns equívocos correntes:
Questionar o que a criança desenhou e escrever sob o desenho.
O desenho da criança nesta fase, não tem compromisso com representação de qualquer espécie. A Criança poderá até nomear seu desenho se o adulto insistir em saber o que é, contudo para ela é apenas um movimento. Se depois de algum tempo perguntar novamente ela com certeza nomear algo diferente.
Insistir em ensinar o nome das coresNesta fase interessa pela cor. A cor aparece por acaso e não por necessidade, é a cor que estava próxima da criança enquanto desenhava, porém é importante que o educador apresente opções para a criança. E quando ela perguntar ou dizer o nome da cor é importante que diga o nome correto.
O desenho é espontâneo ou inato?A história e a evolução de diferentes percursos artísticos indicam que está atividade é aprendida, que envolve ações, reflexões e pesquisas que influenciam os caminhos desta aprendizagem.
Para saber mais:
Centro de Educação Infantil Jardim Rodolfo Pirani.
Rua Cinira Polônio, 20 – Jardim Rodolfo Pirani – S.Paulo – SP – Tel 011 -27514896
Biografia
O espaço do desenho: A educação do educador, Ana angélica Albano Moreira, 128 pág., Edições Loyola
Para Gostar de Aprender Arte, Rosa Iavelberg, 128 págs., Ed. Artmed
Formas de Pensar o Desenho, Edith Derdyk. Editora Scipione
O Desenho da Figura Humana, Edith Derdyk. Editora Scipione