terça-feira, 30 de novembro de 2010

A ESCRITA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Bete Godoy
O texto abaixo são ideias parafraseadas dos autores: Emília Ferreiro, Isabel Solé, Antoni Zabala, Regina Scarpa e Vygotsky  com o objetivo de esmiuçar conceitos e facilitar a compreensão sobre a importância da mediação do professor na organização de ambientes alfabetizadores que respeite a infância.

Comecemos a leitura com uma provocação: Devemos ensinar ler  e escrever na educação infantil?
Existe uma constante polêmica sobre ensinar ou não a ler e escrever na educação infantil. Antes de responder é preciso clarear ideias e conceitos que possam ajudar a fazer escolhas mais acertadas na prática educativa dentro desta linguagem.

Quando falamos em escrita, pensamos unicamente na escrita alfabética e no alfabeto latino. Existem diversos sistemas de escrita, como também diversos usos sociais. Na história, o controle da escrita sempre esteve ligado ao exercício de poder.

Infelizmente essa ligação continuar a existir, apesar da democratização das práticas ligadas educação.
Para pensar no ingresso da cultura escrita, é preciso pensar na sociedade, mais do que na escola, e é necessário pensar na escrita como objeto cultural criado por inúmeros usuários.

A escrita não é apenas um sistema de traços ou sinais, ela deve ter relação com os sons da fala. A leitura é uma atividade permanente importante na educação infantil, mas, a ação de ler não deixa marcas visíveis no objeto e , quando deixa, são sinais de escrita, não de leitura. Assim que a criança percebe que a fala pode ser representada começa a desenhar letras em suas produções, principalmente nas ilustrações.

Escrever é fazer sinais e deve ser explorado desde cedo as condições de se dizer algo por escrito. Mas, a escrita não se limita a tornar visível o que é audível esta é apenas uma das suas características lingüística. Não é uma fotografia da fala, mas uma representação. A escrita permite um olhar distanciado da língua, um olhar que omite uma infinidade de detalhes que são necessários para se fazer entender por escrito.

Se a escritas desenvolvidas ao longo dos séculos fossem somente códigos, a tradução automática seria brincadeira de crianças. È justamente por não ser só códigos que os leitores devem ser interpretes, o que é muito diferente de ser um decodificador.
Ao ler para as crianças, o interpretante informa às crianças que aqueles sinais têm poderes mágicos, ao olhá-los simplesmente se produz linguagem.

O leitor é de fato um ator: empresta sua voz para fazer com que o texto se re-presente, isto é, para que volte a se fazer presente.
O caminho de aprender a escrever convencionalmente não é nada fácil, é cheio de obstáculos, mas se estimulamos a criança desde pequena a querer vencer este desafio oportunizando situação de leitura e escrita que provoque a vontade de saber ler e escrever  o que facilitará  bastante seu desenvolvimento no ensino fundamental.

O trabalho com o próprio nome da criança é elemento importante na compreensão da identidade, que também se realiza por escrito.
No início, a descoberta do próprio nome por escrito é fonte de orgulho e de prazer. Mas, aos poucos depois, transforma-se em fonte de problemas:

• Por que aquelas letras e naquela determinada ordem são usadas para o seu nome?

• Por que havendo tantas letras nesse mundo devo compartilhar minha inicial com a de outras pessoas conhecidas e desconhecidas.

• Por que os nomes têm tamanhos diferentes?

• As palavras podem ser decompostas em sílabas?

Quando a criança não conta com um bom interpretante (em casa ou na escola) começa o drama. Quando a leitura e a escrita é realizada de qualquer maneira nas instituições de ensino acontece o Silêncio do Encantado.

Alguns professores acham difícil ensinar recorrendo a magia desafiadora. Têm a sensação de perder tempo. E precisam de rituais de grafismos (ma-me-mi-mo-mu), ou cópia de letras e palavras em linhas e mais linhas do caderno.

Sabemos que não é nada fácil o trabalho com salas lotadas com 35 crianças e essa prática é usada por alguns educadores como estratégia para manter a ordem, já que passam um tempo enorme tentando fazer os traços (as letras). Infelizmente ainda não perceberam os que recorrem a essa prática que  estão atrofiando e menosprezando a capacidade de aprender a ler e escrever das crianças.

Se nem mesmo a proposta de alfabetização no ensino fundamental  se apoia na prática do copismo de letras e sílabas por que algumas instituições de educação infantil  ainda insistem neste trabalho equivocado? Não existem outras atividades que envolvem a escrita nas outras linguagens infantis que possam ser exploradas na infância? O que dificulta lidar com esta com esta linguagem?
Temos professor que não lê e ensina a ler, professor que não escreve e ensina a escrever. Quando a prática do registro escrito foi incorporada na formação dos educadores a reação foi de insegurança devido à dificuldade em expressar suas ideias por meio da palavra.

Oportunizar as crianças experiências tediosas que reduz toda a capacidade de pensar em um par de olhos, um par de ouvidos e um aparelho fonador precisa ser revertido aos poucos educadores que ainda insistem em tal prática pedagógica.

Ler e escrever na educação infantil é possível. Vivemos num mundo grafocêntrico. As palavras estão espalhadas por parte. Todas as crianças têm direito de ser cidadã da cultura escrita.

Ao receberem informações sobre a escrita quando: brincam com a sonoridade das palavras, reconhecendo semelhanças e diferenças entre os termos, manuseiam todo tipo de material (nos livros, nos jornais, nas cartas, nos documentos oficiais, nas publicidades, nos calendários, nos mapas e em vários outros objetos cuja razão de se é a própria escrita), quando o professor lê para sua turma ou serve de escriba, as crianças já estão participando de um ambiente alfabetizador.

Se a educação infantil cumprir seu papel, envolvendo os pequenos em atividades que os façam pensar e compreender a escrita, no final dessa etapa eles poderão estar naturalmente alfabetizados (ou aptos a dar passos mais ousados em seus papéis de leitores e escritores).

Como criar situações motivadoras?
A aprendizagem é motivada por interesse, uma necessidade de saber. Mas, quem determina este interesse e necessidade? No entanto, um bom caminho a seguir é compreender que além dos aspectos cognitivos, a aprendizagem envolve aspectos afetivos-relacionais. Ao construir os significados pessoais  sobre a realidade, constrói-se também o conceito que se tem de você mesma e também a estima características importantes ao equilíbrio pessoal.
Na concepção construtivista socio-interacionista as crianças chegam na escola com vários conhecimentos advindos da sua experiência pessoal e a partir destes conhecimentos a criança  construirá e reconstruirá novos significados. A  participação do professor nesse processo é fundamental. A cada sequência didática bem planejada a criança com ajuda do professor será capaz de construir novos conhecimentos inclusive sobre a escrita.

A prática apresentada a seguir é um  recorte de um conjunto atividades realizadas. As crianças conversaram, leram, pesquisaram, brincaram, cantaram, dançaram explorando a cultura popular brasileira e nesta fase da sequência didática os festejos juninos provocaram diversas curiosidades já que é um bairro composto na sua grande maioria por moradores nordestinos.

È um bom exemplo de situação que envolve a escrita e leitura na educação infantil, saindo da reprodução para a construção de conhecimento por meio escrita e da própria escrita, respondendo a provocação inicial através da prática. È possível escrever e ler na educação infantil!

Professora: Ivanete Aparecida Souza Anacleto
Crianças: 35 crianças
Idade: 5 anos

Para pensar e contextualizar a ação pedagógica da professora:
  • A professora sabe quais são os conhecimentos prévios das crianças  sobre o assunto.
  • Valoriza  a importância destes conhecimentos (explicitados ou não/ currículo oculto).
  • Aproveita o interesse da turma.
  • Reconhece que as crianças são capazes de saber mais sobre o assunto.
  • Planeja situações em que a escrita possa ser vivenciada num contexto convidativo a querer saber mais sobre a representação de ideias por meio da palavra.
  • Oportuniza o contato com outro portador de texto (mapa-cartografia) ampliando conhecimentos em outras linguagens.
  • Valoriza os saberes da comunidade e aproveita para fazer da escola um ambiente educativo para todos.
 

A professora Ivanete convidou  mães para participarem de uma conversa com as crianças e contar como acontecem os festejos juninos no seu Estado de Origem.
Ednalva mãe do Felipe contribuiu com os seus saberes relatando sobre a cultura junina em Pernambuco.
Felipe ficou muito orgulhoso e logo se posicionou ao lado da sua mãe.
Na lousa a professora afixou papéis para o registro das informações. O mapa do Brasil político novamente foi trazido para uma situação de leitura e compreensão geográfica.

Ivanete ( professora) conversa com Ednalva (mãe)  sobre a proposta do encontro.
Ednalva timidamente  fala sobre sua trajetória pessoal até chegar ao Estado de São Paulo.
Quanto tempo morou em Pernambuco, quando veio para São Paulo, a quanto tempo mora no bairro.
Logo foi um alvoroço, outras crianças também disseram que seus pais eram de Pernambuco e assim, começaram a participar da conversa.
A professora aproveitou a curiosidade latente e mostrou no mapa a localização do Estado de Pernambuco, por isso, Ednalva levara tantos dias para chegar de Ônibus em São Paulo.
Conforme as crianças relatavam o Estado de origem de seus pais a professora fazia o mesmo processo de localização geográfica.

Ednalva falou sobre:
  • Comidas típicas nas festas juninas de Pernambuco
  • Brincadeiras
  • Bebidas
  • Costumes 
A professora foi a escriba enquanto as crianças faziam as perguntas.
Ednalva estava relatando sobre as brincadeiras mais comuns em Pernambuco quando de repente Gabrielle se levanta e diz: -Eu conheço essa brincadeira chamada pastoril!
Professora:- De onde você conhece?
Gabrielle:- Quando fui na Paraíba com a minha mãe  no ano passado brinquei com meus primos.
Ednalva:-Como é que vocês brincam?
Conforme Gabrielle ia relatando Ednalva falava sobre as semelhanças e diferenças no modo de brincar o pastoril.
Foi interessante ver como as crianças se sentem importantes e auto-confiantes quando seu saberes são valorizados.
Felipe neste momento ficou com ciúmes, mas, logo depois também resolver fazer uma pergunta a sua mãe.

Agora, Ednalva respondia ao próprio filho.
Felipe:-Que brincadeira  você mais gostava, mãe?
Ednalva:-De fazer boneca com sabugo de milho.
As crianças caíram na gargalhada e quiseram saber como era feita a boneca.


Jamilly perguntou: - Na festa junina lá em Pernambuco as pessoas dançam?
Ednalva:- Dançam muito ...
Assim, as crianças foram conhecendo mais sobre a cultura de Pernambuco.


Ivanete registrou tudo em uma folha. No dia seguinte aproveitou as riquezas de informações coletadas para realizar atividades de leitura e escrita com as crianças.
Atividades que envolveram:
  • Leitura das palavras (realizada pela professora)
Exploração da:
  • Sonoridade.
  • Quantidade de letras.
  • Iniciais do nome. Palavras que começam e terminam com a mesma letra mas, que têm significado diferente.
  • Escrita das palavras que despertaram  maior interesse em conversar como foi o caso do pastoril.
  • Uso do alfabeto móvel para escrever algumas das palavras do cartaz.
  • Localização de palavras.
O que as crianças tiveram a oportunidade de aprender? Você mesmo leitor, poderá fazer a reflexão e listar quais aprendizagens estiveram presentes nesta atividade.

Parabéns, a professora Ivanete da EMEI Rumi Oikawa pelo belo trabalho realizado. Existem professores capazes de fazer a diferença na educação!
Bibliografia
-Scarpa,Regina. Alfabetizar na educação infantil. Pode?Revista Nova Escola
-Faria, Ana Lucia Goulart. (Org). O coletivo infantil em creches e pré-escolas.Editora Cortez. e -Ferreiro, Emilia.O ingresso nas culturas escritas.
-Vygotsky,LS. Formação social da mente.  Editora Martins Fontes
-Coll, César.(Org) O construtivismo na sala de aula. Editora Àtica

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Estratégia Formativa

FORMAR- PARA – TRANSFORMAR – EM AÇÃO

“A evolução é simultaneamente a ruptura da repetição por surgimento do novo e reconstituição da repetição por integração do novo. Foi transformando-se evolutivamente – isto é, desenvolvendo-se – que a vida sobreviveu às adversidades que, de modo contrário, a teriam aniquilado...
... O tempo espiral é, portanto, simultaneamente o da reiteração e do recomeço, o da deslocação e da derivação, o da transformação e do desenvolvimento”,
O método II: A vida da vida, Edgar Morin


Ampliação do repertório Cultural



Visita ao Conjunto Nacional


Na perspectiva de ampliação do repertório cultural a equipe educadora do CEI Jardim Rodolfo Pirani no último dia 21 de outubro realizou uma visita ao Conjunto Nacional: Edifício Educador.

A formação foi divida em duas etapas:

I. Visita monitorada: Do “subsolo ao terraço”

Durante o visita tivemos a oportunidade de conhecer o Conjunto Nacional, sua história, os programas de qualidade de vida, o processo de revitalização pelo qual o condomínio passou e detalhes sobre o funcionamento do programa de coleta seletiva.



Apresentação do Conjunto Nacional. A partir da visão que  integra o público e o privado, surge a ideia de EDIFÍCIO EDUCADOR, proposta moderna existente já na origem do Conjunto Nacional.


"Conhecê-lo em detalhe significa admirá-lo no todo."
“...a estrutura principal continua a mesma. O piso da calçada externa reproduzido no lado de dentro marcou a fusão do espaço público com o privado e acentuou a vocação multifuncional do projeto de Libeskind, em sintonia com a época. Rino Levi e Vilanova Artigas, embora opostos no plano político, pregavam que a arquitetura precedia o edifício isolado, que os prédios deveriam se integrar ao resto da cidade”.

Folha de São Paulo. 01/03/08


Década de 50
Em 1952, José Tjurs compra a mansão que pertencia à família de Horácio Sabino. Nasceu dos sonhos deste argentino a ideia de criar o Conjunto Nacional. O empresário, que morreu em 1977, teve o seu sonho realizado: transformar a Paulista na Quinta Avenida de São Paulo.




O Projeto de David Libeskind
O próprio arquiteto, atualmente com 79 anos, conta aquela experiência e revela alguns detalhes do projeto do Conjunto Nacional
“Para a realização do Conjunto Nacional, José Tjurs contratou alguns arquitetos para apresentar ideias sobre o projeto e eu também fui chamado. Lembro que ele me recebeu em seu escritório, no Anexo do Hotel Excelsior, na Avenida Ipiranga, e logo começou a me chamar de ‘menino’ por causa da minha idade.

Ele explicou que pretendia construir um hotel e um centro comercial para exposições de indústrias em um grande terreno na Avenida Paulista e me pediu para apresentar um estudo em uma semana.
O projeto era característico da arquitetura brasileira daquela época, com ênfase no terraço-jardim e nos pilotis. A composição arquitetônica era basicamente formada por duas lâminas: uma horizontal, para uso comercial, que ocupava toda a área do terreno, e outra, vertical, de apartamentos. Separando as duas lâminas, havia os pilotis que se apoiavam sobre o terraço-jardim que serve de cobertura de toda a área comercial. Além dos pilotis, nesse terraço foram projetados um salão de festas e uma cúpula geodésica para abrigar o conjunto de rampas e elevadores do hall central”.


Coleta Seletiva




O Conjunto Nacional gera, todos os dias, 4 toneladas de resíduos. Se resolvesse depositar os detritos em plena via pública, construiria uma pirâmide de sacos plásticos com aproximadamente 4 metros de base e 2,5 metros de altura, diariamente.




Para evitar essa verdadeira agressão ambiental, desde 1984, o Conjunto Nacional assumiu integralmente a responsabilidade pelo destino do seu lixo. Há 17 anos, criou o programa permanente de coleta seletiva como exemplo de um trabalho bem sucedido de reciclagem de resíduos. Uma enorme responsabilidade social que começou numa época em que esses termos eram poucos utilizados e conhecidos.



Princípio adotado


Se a separação dos resíduos não acontecer na fonte geradora, os recicláveis misturados ao lixo são encaminhados, por meio de caçambas compactadoras, para os aterros sanitários. Isso porque o edifício eliminou a triagem para separação dos resíduos para evitar qualquer contato manual dos coletores com os mesmos, preservando a sua qualidade de vida.

O maior benefício da separação na origem está na valorização das pessoas que lidam com o lixo, poupando-as de serviços desagradáveis e de riscos – ferimentos com vidros e materiais ambulatoriais infectados. O êxito da iniciativa depende, portanto, da participação de todos.

II. Visita a Livraria Cultura.





Na livraria foram realizadas duas propostas para a equipe docente e equipe de apoio:

• A equipe de apoio conhecer a livraria




A equipe docente foi dividida em grupos de três, com o objetivo de montar uma seqüência didática de leitura, o tema foi sorteado no local e foi estipulado o seguinte critério de seleção:

1. Qualidade do texto

O texto deve apresentar um bom trabalho de linguagem, coesão interna e organicidade, evite obras, cujo caráter utilitário que enfatize visões diretiva e inquestionável de mundo e de moral.

2. Adequação das obras á faixa etária:

Fique atenta ao tratamento gráfico dado a obra (encadernação, tamanho do livro, tipo de letra), a temática e a extensão da narrativa.

Com relação á extensão das narrativas, é importante salientar que os livros com texto podem ser breves ou relativamente longos, porém, desde que sempre acessível à criança que ainda não teve oportunidade de maior contato com materiais escritos.

A simplicidade de um texto, no entanto, não deve desvirtuar-lhe sempre acessível à criança que ainda não teve oportunidade de maior contato com materiais escritos. A simplicidade de um texto, no entanto, não deve desvirtuar-lhe a natureza, transformando-o em uma sucessão de frases soltas e sem significados, tal qual uma cartilha.

3. Ilustração:

Nesta faixa etária as gravuras é que irão, de inicio, exercer maior atração sobre a criança.

4. Os títulos dos livros não poderiam fazer parte do acervo do CEI/ Creche

A equipe docente recebeu uma ficha para auxiliar na pesquisa:



Ficha
Tema da seqüência:____________________________________________

 Livros selecionados

1. Nome do livro: _____________________________________________

Nome do autor:_______________________________________________

Ilustrador: __________________________________________________

Editora:____________________________________________________

Valor:_____________________________________________________

Sinopse do livro:____________________________________________

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Avaliação da equipe educadora



“A livraria foi a que eu mais gostei. Falei com minha filha para levarmos as crianças (netos) lá.
Maria Aparecida de Oliveira



“Esse passeio trouxe um acréscimo de coisas boas e virtuosas, vi que quando há boa vontade, atitude e determinação o mundo pode se tornar ainda mais bonito e agradável. E pude conviver com meus colegas de trabalho de uma forma muito alegre.”

Quitéria da Costa Campanaro



“Amei conhecer a livraria, gosto muito de passear em São Paulo e ampliar meu repertório cultural, só não gostei de fazer seqüência didática dentro da livraria, não gostei do tema ser sorteado “ Príncipes e Princesas”, pois não encontramos livros bons e interessantes, se o tema fosse livre teríamos feito uma ótima seqüência, pois encontramos livros super interessantes e com temas diversos.
Voltarei a livraria com meu marido para apreciar novos livros e tomar um bom café... Fiquei na vontade!”

Shirley Estela Benicio

                              

“Eu gostei bastante para mim. Foi muito proveitoso, aprendi bastante principalmente sobre reciclagem”.


Maria Jose Anacleto Silva De Paula


“A visita foi muito interessante, é muito importante conhecer lugares novos.”


Elizangela Maria dos Santos

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

DIVULGANDO CURSO

Filosofia para Crianças e Educação para o Pensar

Data: 05 a 08 de janeiro de 2011
Horário: das 9h às 18h
Local: Livraria Cortez, Rua Bartira, 317 Perdizes – São Paulo, SP.
Telef: (11) 3873-7111 – Telef. Coordenador (11) 2091 75 94
Site do IFEP (Instituto de Filosofia e Educação para o Pensar) em Curitiba.  www.philosletera.org.br - Fone:(41) 3323-3313 / 3016-7340 / 9614-4183.

Carga horária: 40 horas (com 8 horas de atividades supervisionadas fora dos dias acima.)
Público-alvo: Gestores escolares e professores da Educação Básica.

Docentes:
Prof. Marcos Antônio Lorieri
Prof. Ismael de Oliveria
Prof. Oswaldo Marques
Prof.Elizabete B. de Godoy
Prof. Patricia Helena Rocha

Objetivos
1. Oferecer aos participantes informações sobre a proposta de Filosofia para Crianças de Matthew Lipman e sobre as possibilidades de, nessa proposta, proporcionar estímulos ao desenvolvimento do que se denomina de “pensar bem”.

2. Realizar, com os participantes, atividades práticas com a metodologia da Comunidade de Investigação proposta por Lipman tanto para o trabalho com Filosofia com Crianças e jovens, quanto para o trabalho de Educação para pensar bem.


Conteúdos
Apresentação da proposta do Programa de Filosofia para Crianças e Jovens de Matthew Lipman.
1. Apresentação das idéias de Lipman sobre a necessidade de desenvolvimento do pensar bem e seu entendimento a respeito.

2. Oficinas com a metodologia da Comunidade de Investigação utilizando literatura infanto-juvenil e textos específicos de acordo com os temas a serem trabalhados. Os textos da literatura infanto-juvenil serão adquiridos pelos participantes. Os demais textos constarão do texto introdutório ao curso.
Vagas: 30 participantes.
Certificados: emitidos para participantes
com mínimo de 85% de presença.
Informações sobre o valor do curso e inscrições:

No site: ww.philosletera.org.br no link: CURSO INTENSIVO EM SÃO PAULO e enviá-la conforme instruções contidas no próprio link.
Efetuar o pagamento integral ou a primeira parcela e, em seguida, informar ter feito o pagamento da inscrição e o nome por: Fax: (41) 3323 3313, ou Email: fsm.ifep@philosletera.org.br ou Correio: Instituto de Filosofia e Educação para o Pensar. Rua Des. Westphalen 1014, CEP: 80230-100. Curitiba – Paraná.
No caso de parcelamento, pagar as parcelas restantes no primeiro dia do curso. Telefones do Instituto de Filosofia e Educação para o Pensar em Curitiba:(41) 3323-3313 / 3016-7340 / 9614-4183. Site: www.philosletera.org.br

Forma de Pagamento: Depósito identificado com seu nome no Banco Itaú, Agência: 0548, Conta Corrente: 31476-4 - CNPJ: 00.430.015/0001-90.
Informações sobre hospedagem serão enviadas por e-mail aos interessados que solicitarem.

PARA SABER MAIS :
Instituto de Filosofia e Educação para o Pensar
Conheça o Programa de Filosofia para Crianças e Educação para o Pensar.
Filosofia da Educação e Filosofia para Crianças.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Acolhimento e Adaptação na Educação Infantil

Bete Godoy

Até pouco tempo atrás nas creches é pré-escolas e até mesmo nas escolas de ensino fundamental parecia não haver outro jeito: ou as crianças se adaptavam ou se adaptavam. No entanto, isso vêm mudando. As boas instituições de educação têm se preocupado em acolher bem a criança que chega. Cisele Ortiz

Diretores, coordenadores pedagógicos e educadores sua escola tem um projeto cuidadosamente elaborado para melhor acolher as crianças no início do ano letivo? Como o período de acolhimento e adaptação acontece na sua escola? Qual a importância em amenizar a ansiedade das crianças e famílias nos primeiros dias de convivência?

Para muitos adultos, a lembrança dos primeiros dias de escola faz parte, para sempre de recordações pouco agradáveis, é o que consideram alguns psicólogos. Esse período pode gerar stresse nas crianças, famílias e profissionais da educação.
È comum neste período algumas crianças chorarem, afinal, um ambiente totalmente novo pode causar insegurança, desconforto e até mesmo rejeição. Como atender com atenção e carinho as crianças que demonstram tais sentimentos? Se recebermos todas as crianças de uma só vez é possível dar atenção a quem está chorando sem "descuidar" do restante da turma? São estes cuidados que merecem toda atenção dos educadores para que se inicie uma relação de convivência mais saudável, feliz e promissora.

As famílias também ficam na expectativa para  ver como sua criança irá reagir diante ao contato com alguém "desconhecido". Quando percebem que os educadores não querem disputar ou roubar-lhes o seu lugar e sim apenas, contribuir na educação da criança em outro ambiente ( o escolar) o sentimento de parceria toma  o lugar da insegurança.

Segundo Cisele Ortiz qual a relação que existe entre adaptação e acolhimento?
A adaptação pode ser entendida como o esforço que a criança realiza para ficar, e bem, no espaço coletivo, povoado de pessoas grandes e pequenas desconhecidas diferentes daqueles do espaço doméstico a que ela está acostumada. Há de fato um grande esforço por parte da criança que chega e que está conhecendo o ambiente da instituição, mas ao contrário do que o termo sugere não depende exclusivamente dela adaptar-se ou não à nova situação. “Depende também da forma como é acolhida.”

“A qualidade do acolhimento é que garantirá a qualidade da adaptação, portanto não se trata de uma opção pessoal, mas de compreender que há um interjogo de movimentos tanto da criança como da instituição dentro de um mesmo processo.”

Cada instituição (Creche-CEI, EMEI e EMEF) deve levar em consideração o período de permanência que a criança fica diariamente na escola para organizar o calendário do acolhimento e mais importante ainda a especificidade de cada faixa etária. Para as famílias com crianças de 0 a 3 anos de idade a ansiedade é ainda maior. Boas iniciativas desde os primeiros momentos que a criança chega a instituição é essencial para processo de adaptação dos bebês.

Deixar que eles tragam seu bichinho ou seu objeto de apego colabora bastante para diminuir o estranhamento a um ambiente diferente do familiar.

Os cantos de atividades diversificadas é uma das modalidades oraganizativas do brincar bastante interessante para este período, podendo se organizado para receber as crianças, assim, quando elas chegam algo  legal e convidativo está a sua espera.
Partilho boas práticas realizadas na EMEI RUMI OIKAWA que já realiza o acolhimento desde 2007.

Então, mãos a obra, há muito a ser feito ainda este ano! Vejam como aconteceu o processo de elaboração do projeto e como cada segmento participou.

PROJETO INSTITUCIONAL (porque envolve todas as pessoas da escola).
Sugestão de organização
Em Novembro
Reunião entre os gestores (Direção e Coordenador Pedagógico)
Objetivos:
• Conhecer mais sobre a importância do acolhimento e adaptação na educação infantil.
• Avaliar como o acolhimento é realizado na unidade educacional.
• Conversar sobre quem são as crianças e famílias que a escola atende e como participam dos projetos desenvolvidos na escola.
• Pensar em propostas de planejamento para melhor acolher no início do ano letivo.
• Separar material de apoio para formação de todos os educadores.
• Estabelecer parceria com a supervisão escolar.
• Planejar e organizar pauta para formação com os professores e funcionários.

Em Dezembro
Encontro de formação com todos os educadores para:
• Avaliar do acolhimento realizado na unidade educacional.
• Leitura de textos de apoio e matérias que possam esclarecer melhor a importância de acolher.
• Levantar propostas para acolher melhor as crianças no próximo ano à luz das teorias estudadas.
• Elaboração do pré - projeto: Acolhimento e adaptação na educação infantil

Em Janeiro
Gestores planejem e organizem o acolhimento dos professores e funcionários.
Objetivos:
• Acolher melhor os educadores.
• Estabelecer vínculos afetivos entre os educadores recém chegados e os que já trabalhavam na unidade educacional.
• Vivenciar a importância de ser acolhido com carinho e respeito.

Em Fevereiro
Durante a semana de planejamento:
• Retomada da conversa sobre o acolhimento e adaptação das crianças.
• Apresentação (principalmente aos educadores recém chegados) e análise do pré- projeto elaborado no ano anterior.
• Levantamento dos encaminhamentos pedagógicos e técnicos para a ação.
 Pensar sobre:
1. Como cada segmento da escola (merendeira, professor, porteiro, agente de limpeza, secretária, inspetor de alunos e etc) participará?
2. O que será planejado como atividade? Como os espaços serão organizados para receber as crianças e as famílias?
3. Como as crianças com necessidades educacionais especiais e as famílias participarão?
4. Qual o período de duração?
5. Como será a reunião de pais no primeiro dia de escola? Como sensibilizá-los para que possam participar do acolhimento? Quantos dias quem cuida da criança participará? A entrega do folder aos pais será em qual momento?
6. Quantas crianças serão atendidas por vez? Qual o tempo de permanência nos primeiros dias e nos dias subsequentes? Como será na volta do feriado prolongado (carnaval)?
7. Como acolher as crianças que são matriculadas em diferentes épocas do ano?
8. Quais instrumentos de registros (fotos, filmagem, registro escrito e etc) serão utilizados para avaliar o projeto?
• Elaboração do projeto final.

Colaboramos trazendo uma sugestão como ponto de partida para cada unidade educacional elaborar o seu próprio projeto.

EMEI PROFª RUMI OIKAWA
Rua dos Lírios, 10
Pq das Flores
São Mateus - SP
Justificativa
O período de adaptação é muito importante, tanto para a criança como para os pais. Constitui uma oportunidade de estabelecermos vínculos afetivos dentro de uma convivência, que é diferente da familiar.
Mesmo para as crianças que já frequentam a escola uma nova rotina com outros colegas, educadores provoca insegurança.
Durante este período é comum que todos sintam-se ansiosos para que tudo caminhe da melhor maneira possível.
Objetivos
• Estabelecer relação de confiança recíproca entre professores, crianças e famílias.
• Receber as crianças com atenção, afeto e cuidado.
• Acolher com atividades planejadas priorizando o lúdico e os momentos de interação.
• Amenizar a ansiedade e a dor da separação da criança com a mãe ou responsável.
• Estabelecer vínculo afetivo entre o professor e a criança.
• Cuidar e educar com respeito e afeto nos primeiros contatos da criança ao ingressar ou regressar à escola.

PúblicoEducadores, crianças e famílias (quem cuida da criança).

Agora é com vocês!!!
Duração:
Calendário de organização deste período:
Elaboração do Folder
Participação de cada segmento (como, o que fará?):
Atividades planejadas
Avaliação
Conversando sobre a elaboração do folder
Professoras: Monica, Deise e Ivanete

FOLDER




Conhecendo melhor as crianças e famílias
Estabelecendo os primeiros vínculos afetivos

Professora Ivanete

Professora Vanessa

Professora Luciane

Conhecendo os espaços e as pessoas nas suas funções
Professora Ivone

Atividades Planejadas
Cantos de atividades diversificadas,
Leitura,atividades de recreação, atividades artistísticas...

Muitas avós e irmãos
participaram do acolhimento

A hora da alimentação um momento acolhedor

Registro e avaliação do Projeto
(todos participaram)
Observáveis utilizados: filmagem, fotos, registro escrito, depoimento
oral e escrito das famílias.
Professora Angela
Avaliação das Famílias
Avanços
  • O projeto institucional tem ótima aceitabilidade pelos educadores e famílias.
• Outras unidades educacionais querem conhecer a proposta.
• Os educadores reconhecem a importância deste período dedicado a acolher e adaptar as crianças.
• As famílias querem que as emefs vizinhas também se organizem para o acolhimento e adaptação de seus filhos(as).
• A cada ano atividades interessantes são planejadas para este período.
• Estabelecimento de vínculos importantes de confiança entre as famílas, as crianças e a escola.
• As famílias das crianças com NEE sentem-se mais seguras.

Desafios
  • Continuidade do projeto mesmo com a rotatividade de professores e funcionários.
 Ter maior adesão das famílias que as crianças já frequentam a escola.
• ACOLHER EM QUALQUER ÉPOCA DO ANO.


Para saber mais
-Ortiz, Cisele Entre adaptar-se e ser acolhido.-Revista Avisa-la nº2.

-Vídeo da  USP -Creche Carochinha: Adaptações na educação infantil
-Ferrari, Maria Ivone de Jesus. Acolhimento na educação infantil. Direcional educador.2010
-Bassedas, Huget Solé. Aprender e ensinar na educação infantil. Artmed
-Cuerda, José Luiz. A língua das Mariposas. Filme
-Se houver o interesse em receber o modelo do folder deixe seu recado com email e enviaremos.