segunda-feira, 28 de novembro de 2016

“Novas reflexões: Infância e Alimentação”


No dia 21 de novembro a Comissão de Aprimoramento Profissional (CAP) da Coordenadoria de Alimentação Escolar (CODAE) promoveu o 4º encontro do Ciclo de Palestras “Novas reflexões: Infância e Alimentação” no auditório do Sindicato dos Comerciários. O encontro visou à atualização dos profissionais da CODAE nos temas “Nutrição comportamental na infância e práticas pedagógicas em alimentação na educação infantil”.

A Nutricionista da CODAE, Carla Massuia, deu início às palestras contextualizando os fatores que influenciam as escolhas alimentares, dentre eles a disponibilidade dos alimentos, o poder de aquisição, as preferências, as crenças e a cultura alimentar. Abordou que o comportamento alimentar é formado desde a gestação e principalmente durante a infância, por isso tal fase é fundamental para o desenvolvimento de hábitos saudáveis duradouros.

Carla ressaltou o papel da família e da escola na construção do comportamento alimentar da criança compartilhando estratégias que promovem a descoberta de sabores e dos alimentos. Segundo ela “às vezes a expressão facial e a reação dos adultos ao oferecer novos alimentos para as crianças pode induzir a aceitação ou não dos mesmos”.

Complementando as discussões do dia a pedagoga Maria Cristina dos Santos, que atua na Diretoria Regional de Educação (DRE) Guaianases abordou as estratégias pedagógicas para desenvolver a temática alimentação na Educação Infantil. Apresentou boas experiências que trabalham a alimentação dentro da rotina da unidade e permitem a aproximação dos bebês e das crianças com os alimentos in natura.

Maria Cristina comentou a importância das escolas terem ambientes adequados para que as crianças realizem as refeições de maneira autônoma, agradável e que permita a socialização entre seus pares, sempre com suporte e incentivo positivo dos educadores. Ressaltou que pais, funcionários e equipe gestora devem estar sensibilizados sobre a alimentação escolar, para isso é imprescindível a parceria entre a CODAE e as unidades.

domingo, 6 de novembro de 2016

Parques Sonoros

Michele Meira


O Projeto Parques Sonoros, que faz parte do Programa São Paulo Carinhosa, ofereceu ao longo dessa gestão oportunidades de os professores refletirem sobre a potencialização de aprendizagens de bebês e crianças.
Partindo do princípio do Currículo Integrador que entende o ambiente como segundo educador trouxe a possibilidade de os educadores reverem seus ambientes e o transformarem de maneira que estimulem a livre exploração e, mais precisamente com esse projeto, pesquisem possibilidades sonoras.


Nem todas as unidades de Educação Infantil da cidade foram contempladas com um formador especialista em musicalização para acompanhar as formações nos horários coletivos, mas isso não desanimou os interessados. A região da DRE Guaianases foi a que mais se encantou pelas ideias e é a que mais tem Parques Sonoros montados.

Resultado de imagem para parque sonoro na educação infantil

Esses parques são na verdade,otimizados com diferentes instrumentos sonoros que cativam os bebês e crianças à experimentação. Esses instrumentos são confeccionados a partir de materiais de longo alcance, ou seja, aqueles que estão disponíveis no momento como tampinhas, panelas, latas, garrafas, pedrinhas,... e são organizados em murais sonoros, mobiles, cortinas,...o que a criatividade dos envolvidos permitir.

Resultado de imagem para parque sonoro na educação infantil

É importante lembrar que esses instrumentos devem ser ao mesmo tempo seguros e estimuladores, e requerem manutenção constante. Outra questão que necessita ênfase é que não se trata de “aula” ou “atividade de música”, portanto deve ser montado preferencialmente nos parques ou áreas externas para que nos momentos de brincadeiras espontâneas, bebês e crianças os explorem livremente. 
... “a música é uma experiência de vida em si mesma, que devemos tornar compreensível e agradável. É uma experiência do presente (...) devemos ajudar cada criança a vivenciar a música agora” (SWANWICK, 1990, p. 40).



Mini-histórias na perspectiva da Documentação Pedagógica

Michele Meira
Cristina Santos


“QUALIDADE DA EDUCAÇÃO INFANTIL PAULISTANA- TEMPOS, ESPAÇOS, MATERIAIS E INTERAÇÕES”

 
(...) “se a prática educativa tem a criança como um de seus sujeitos, construindo seu processo de conhecimento, não há dicotomia entre o cognitivo e o afetivo, e sim uma relação dinâmica, prazerosa de conhecer o mundo”.

Madalena Freire, 1983

Objetivos: 

  • Fomentar o diálogo sobre as concepções de criança, infância e currículo tendo como base a qualidade da Educação Infantil;
  • Consolidar ações formativas a respeito da construção de narrativas (mini histórias) como um dos instrumentos para reflexão coletiva na perspectiva da Documentação Pedagógica como abordagem para Educação Infantil.

Algumas considerações teóricas:

- EDWARDS Carolyn, GANDINI Lella, Forman George, “As cem linguagens da criança” ARTMED, 1999
- FOCHI, Paulo, “Mas os bebês fazem o que no berçário, hein?”, Porto Alegre, 2013

Resgate das concepções de criança, infâncias, perfil de Professor da Educação Infantil e Currículo Integrador e resgate conceitual da abordagem por Documentação Pedagógica.



Figura 2 – O processo de documentação como um ciclo de investigação - EDWARDS e GANDINI, 1999

“Uma vez que coletamos nossas observações, precisamos editá-las e prepará-las antes que possamos compartilha-las, discuti-las e interpretá-las. As anotações precisam ser cuidadosamente lidas e organizadas, os registros precisam ser transcritos e as transcrições precisam ser lidas e destacadas; As fotografias e os slides devem ser selecionados (em parte) e colocados em sequencias flexíveis; As fitas de vídeo precisam ser revistas para escolher os excertos que serão exibidos. Quando executamos essas tarefas preparatórias, estamos começando a pensar no que observamos e – entre outras experiências conscientizadoras- estamos percebendo com maior clareza a nossa forma de nos relacionarmos com as crianças.”
EDWARDS e GANDINI, 1999


 
"que documentamos representa uma escolha, uma escolha entre muitas outras escolhas, uma
escolha de que os próprios pedagogos estão participando (…) as descrições que fazemos e as
categorias que aplicamos assim como os entendimentos que usamos para extrair sentido do que
está acontecendo, estão imersos em convenções tácitas, classificações e categorias. Em suma, nós
co-construímos e co-produzimos a documentação como sujeitos e participantes ativos. Nunca há
uma única história verdadeira. ( DAHLBERG, MOSS e PENCE, 2003)"


 
Elementos da narrativa para construção de mini histórias: 

 Tempo

 Espaço

 Personagens

 Narrador

 Enredo
 
Deve constar:
 
·       Título
·       Introdução (com quem aconteceu? Quando? Onde?)
·       Trama / Clímax ( O que aconteceu? Como? Por que?)
·       Desenlace (Qual a consequência desse acontecimento?)

Escolhas feitas por Paulo Fochi para pesquisa:



Análise reflexiva de mini história do Ateliê Carambola e de produções das unidades participantes do encontro formativo. 

A partir do conceito de narrativas, analisar os elementos da construção a seguir : Ateliê Carambola
 
Concentração e inteireza

Giovanna, 3 anos e 10 meses, está erguendo e equilibrando uma construção.

É possível observar seus olhos fixos e profundos, cheios de atenção e expectativa- no bloco que, cuidadosamente, vai colocando sobre o antecessor.

Quais são as hipóteses de equilíbrio? Será que ficará estável, mesmo com um bloco a mais?


 As hipóteses de equilíbrio de Giovanna se confirmam; a construção cresce.
Cresce tanto que Giovanna precisa erguer-se sobre a cadeira para dar conta de seguir construindo, focada.


Uma vez desfeita a primeira construção, Giovanna concentra-se em refazer.
A repetição é importante, pois permite aprender conceitos, testar novas teorias, confirmar hipóteses.



Revista Caramboleira, 09/2016

Apreciação e análise das mini histórias
Paulo Fochi

O texto descreve a imagem?
O texto interpreta a imagem?
Qual a coerência entre o texto e a imagem?
O que se pode saber sobre as crianças
O que se pode saber sobre os adultos?
O que se pode saber sobre o entorno/contexto?
Fica evidente (no texto e imagem) algum salto conceitual das crianças neste material?
Apresenta o processo da criança a respeito do que ela está fazendo?
Tem compartilhamento das teorias provisórias das crianças?


Construção de narrativa/ mini história a partir do vídeo “Conquista” e três imagens selecionadas deste. Intervenções e apontamentos para reflexão sobre “progettazione”.

    

(…) escutar duas explicações contrárias, porém igualmente razoáveis do “mesmo” acontecimento (…). Nos leva a examinar como duas observações poderiam “ver” suceder as mesmas coisas e sair relatos muito diferentes daquilo que aconteceu.
Nos desperta.                                                                                                                             
 
Jerome Bruner