sábado, 13 de março de 2010

DATAS COMEMORATIVAS


TRABALHAR OU NÃO TRABALHAR? EIS, A QUESTÃO!


Bete Godoy


Tenho recebido várias perguntas de educadores que visitam o blog relacionadas as datas comemorativas, as mais recorrente são: se elas devem ou não compor o currículo na educação infantil; como a família pode participar efetivamente indo muito além da situação de expectador das apresentações feitas pelas crianças e como este assunto é tratado no cotidiano da escola.

Diante dos contínuos questionamentos partilho como temos respeitado os valores culturais, religiosos, econômicos e éticos das crianças e suas famílias sem empobrecer o trabalho pedagógico. No início do ano quando escrevemos o plano de trabalho reservamos um momento para decidir e conversar sobre algumas especifidades dos conteúdos que trabalharemos, entre eles, as datas comemorativas.

As datas comemorativas estão sempre presentes em nossas reflexões porque estamos aprendendo a lidar com novas situações de aprendizagens para compor um currículo e ampliando os saberes já construídos. Avançamos muito mas, como todo ano recebemos novos professores retomamos avaliando os avanços e dificuldades no planejamento e desenvolvimento das nossas práticas.

Alguns anos atrás era comum ver nos painéis e espaços da escola produções realizadas por professores e na sua grande maioria de E.V.A, ou de origame, isso sem contar nos kits de festa que eram reaproveitados para recepcionar as crianças e famílias marcando a comemoração de uma data comemorativa.

Quem não se lembra de ver nos murais do pátio da escola o caipira, a fogueira ao meio e a capirinha? Outra marcante é o coelhinho da páscoa com a cesta de ovos na mão. Natal, dia das mães, dia do livro, dia da árvore, dia do circo e por aí a fora.

Quando observamos os espaços e neste caso estou me referindo as paredes e murais da escola a luz de boas teorias percebemos o quanto eles revelam a nossa concepção sobre educação e desvela como cada educador traduz isso em sua prática pedagógica.
Partindo desta premissa algumas perguntas alimentaram a nossa discussão, reflexão e ação:
1-Qual a relevância deste trabalho para o desenvolvimento infantil?
2-Como respeitar a diversidade cultural das crianças e famílias?
3-Quais as possibilidades de aprendizagem e vivência?
4-Como realizar um trabalho onde as crianças possam pensar, criar e conversar sobre este assunto sem tratá-lo como mera reprodução mercadológica?
5-Como as famílias poderão participar ampliando a cultura local, partilhando seus saberes e fortalecendo vínculos com a escola?
6-Como os dados coletados na pesquisa socioeconomica realizada todo inicio de ano pode contribuir para conhecermos a cultura local?
Durante essa tempestade de idéias muitas outras questões surgiram, mas, acredito serem estas as geradoras de outras boas perguntas. Cabe a cada unidade educacional poblematizar a partir de seus saberes e fazeres.
As primeiras ações foram marcadas pelo espanto e insegurança, sair da zona de conforto (do prático mesmo que inútil) para a construção significativa para a criança exige ousadia pedagógica.

No ano de 2008 depois de muita conversa e reflexão decidimos realizar o projeto: Mulheres que fazem a diferença.
A ideia surgiu pelo interesse em levar em consideração:

  • O número significativo de crianças que são cuidadas e educadas pela avó, tia ou pessoas sem grau de parentesco. Dados apontados na pesquisa socioeconomica no inicio do ano.
  • Se existe um dia especial para a mulher é porque situações de desigualdade e de discriminação estão presentes na sociedade.
  • Conhecer e valorizar a cultura local.
  • Aproveitar para trabalhar os conteúdos conceituais e procidimentais e em especial os atitudinais.
  • Dia da mulher, das mães e do trabalho em que eles se relacionam?

Depois de organizar todas estas idéias em uma proposta de trabalho começamos a traçar os primeiros passos para coleta de material que nos auxiliasse no estudo e na pesquisa durante a formação.
As próprias crianças e mães deram dicas de mulheres que conheciam no bairro ou na comunidade escolar consideradas importantes pelo trabalho ou no fazer que realizavam. Conhecemos a curandeira, a militante, a costureira, a cuidadora de animais e de pessoas, a mãe, a dançarina, a otimista, a mais idosa e etc. Convidamos todas para vir até a escola e contar sobre suas histórias, trabalhos e desejos. Algumas conversaram com as crianças e professores e outras só com os educadores da escola. Com este material editamos um vídeo que foi apresentado no desenrolar do projeto.

Quando a entrevistada era a mãe de uma criança da turma a folia e orgulho era geral. Selecionamos imagens de mulher trabalhando nas mais diversas funções e profissões que renderam muita pesquisa e conversa entre as crianças.
Um enorme painel foi construído como produto compartilhado de algumas turmas contendo fotos, imagens e palavras que marcaram o trabalho.

Também esteve presente a leitura de biografia de mulheres que se destacaram na história e que incentivou a escrita da biografia das mulheres que fazem a diferença em nossa comunidade construindo um ambiente alfabetizador significativo. O produto compartilhado/ produto final não foi o mesmo para todas as turmas.

As datas comemorativas estão presentes em todas as culturas não estou propondo exterminá-las do nosso cotidiano e não é esse o papel da escola. Porém, pautar o trabalho pedagógico só no desenvolvimento das mesmas não se justifica uma vez que temos tantos outros caminhos interessantes e pertinentes a infância que podem proporcionar as crianças o seu pleno desenvolvimento.

Lamentavelmente algumas instituições de ensino ainda realizam atividades de passatempo onde as crianças dedicam horas pintado um desenho estereotipado além cantar, copiar ou colar bolinhas de papel sobre uma folha mimeografada/xerocada sem contar a enorme produção em série de orelhas de coelho que na verdade só revelam os equívocos dos educadores, quanto o que são boas práticas pedagógicas.

O trabalho foi tão significativo para as crianças, educadores e comunidade que no ano seguinte ( 2009) resolvemos dar continuidade ampliando a participação e redimensionando algumas ações.

Resolvemos revisitar a proposta com o desafio de planejar situações onde as artes visuais seria mais do que um caminho e sim o princípio, o meio e fim deste trabalho já que este era o nosso foco de formação daquele ano.
Contextualizar, criar repertório, oferecer condições, planejar situações, organizar ambientes e selecionar materiais foram alguns dos critérios no momento do planejamento de cada ação. O projeto foi elaborado e cada professor planejou para sua turma situações de vivências e aprendizagens em que as crianças e as famílias pudessem participar de experiências artísticas.




Em 1938, o grande pedagogo americano John Dewey insistia que a atividade não pode constituir experiência por ser "dispersiva", centrífuga, efêmera. Experiência não significa apenas o ato de experimentar, mas de também de passar por, de tentar realizar. Cada experiência deveria preparar uma pessoa para experiências posteriores mais profundas e abrangentes.


O trabalho que realizamos é o de entrelaçar os pontos de vista. Partimos do próprio background cultural das crianças , familia e professores. Essa postura pedagógica faz uma enorme diferença na construção do currículo da escola.

Ressalto que não paramos de desenvolver outras situações de aprendizagens para ficar apenas na realização deste trabalho, mas que ele foi "distribuído/organizado" nas propostas da semana tendo uma continuidade no seu período de execução e que outros projetos também foram elaborados durante o ano como : Belezas do Brasil ( já publicado no blog), A criança e o idoso. O caminho de uma vida e Respeito e Consideração a todos os seres.

Este painel foi utilizado em outro projeto desenvolvido

na escola cujo tema foi: Belezas do Brasil- o Artesanato.

A apresentação a seguir conta um pouquinho da rica experência em um dos trabalhos em realizados na escola durante uma oficina com materiais convencionais e de largo alcançe.


A CAPACIDADE DE CRIAR DA MULHER

Para saber mais:

1-Priolli, Julia.Equívocos em série.Revista Nova Escola. Junho de 2008.

http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/coordenador-pedagogico/equivocos-festas-escola-447945.shtml

2-Tonucci, Francesco. Com olhos de criança. Editora Artmed

3-Revista Avisa Lá. O que dizem as paredes da escola.

4-Dewey, John. Experience and education. P163

5-Um currículo além das datas comemorativas. Belezas do Brasil-Festa Junina

http://paraalmdocuidar-educaoinfantil.blogspot.com/2009_06_01_archive.html

6-Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. MEC-Brasil

sexta-feira, 12 de março de 2010

Lavai as mãos!


Dr Drauzio Varella

Através delas transmitimos as piores infecções.De todas as recomendações maternas, a de lavar as mãos talvez seja a mais desobedecida. Parece pirraça.
Na agitação de hoje, lavar as mãos antes de pegar nos alimentos virou luxo, esquisitice de gente cismada, mania de hipocondríaco. É só entrar numa lanchonete da cidade, botequim de bairro ou restaurante caro e contar quantos tomam tal precaução higiênica antes de atacar o hambúrguer, a batata frita ou o pãozinho com patê. Na hora das refeições, a mão suja é universal, irmana trabalhadores braçais, moças bonitas e senhores de gravata.
No entanto, se todos lavassem as mãos com água e sabão (qualquer sabão) antes de manipular os alimentos muitas doenças seriam evitadas. Perderíamos o medo de comer empadinha em padaria, pastel de feira, espetinho de camarão na praia e os tradicionais salgadinhos expostos em todos os bares brasileiros, que a religiosidade do povo houve por bem batizar de "Jesus me chama".
Nada ilustra melhor a eficiência das mãos na disseminação de infecções do que as gripes e resfriados. A pessoa chega na festa e avisa: "Não me beijem que estou gripada", e sai apertando a mão de todos os convidados. Seria muito melhor que desse o rosto a beijar; na face o vírus não está. Em compensação, as mãos estão repletas dele: quem fica gripado assoa e coça o nariz o tempo todo. Como conseqüência, os incautos que apertaram a mão infestada, ao coçar o nariz ou os olhos semearão as partículas virais diretamente nas mucosas.
É possível que sejamos tão renitentes em lavar as mãos porque vírus, fungos e bactérias são seres tão minúsculos que, no fundo, não acreditamos na existência deles. Fica um pouco chato, entretanto, manter essa descrença mais de 300 anos depois da descoberta do microscópio.
Quando os ingleses aprenderam a acoplar lentes de aumento e construir microscópios rudimentares, ficaram interessados em enxergar o que era pouco visível: a cabeça dos mosquitos, a boca das abelhas ou os buracos existentes num pedaço de cortiça (de onde surgiu a palavra célula).
Em 1683, na Holanda, Antony van Leeuwenhoek, um dono de armarinho que se distraía montando lentes quando não havia fregueses, focalizou o microscópio para investigar o que nenhum cientista havia procurado. Em vez de usá-lo para magnificar pequenos seres conhecidos, Leeuwenhoek decidiu explorar o invisível: o que haveria no interior de uma gota de chuva?
O que seus olhos viram deixaram-no tão maravilhado, que escreveu uma carta para a Sociedade Real de Londres, a mais importante associação científica daquele tempo: "No ano de 1675, descobri pequenas criaturas na água da chuva colhida numa tina nova pintada de azul por dentro... esses pequenos animais, a meu ver, eram mais de 10 mil vezes menores do que a pulga d´água que se pode enxergar a olho nu..."
Essa demonstração cabal de que em ciência fazer a pergunta certa, às vezes, é mais importante do que buscar respostas, abriu as portas para o mundo das bactérias.
Duzentos anos depois de Antony van Leeuwenhoek, um cientista francês que não era médico, Louis Pasteur, visitou necrotérios para estudar por que tantas mulheres, que davam à luz, morriam de febre após o parto. Nas amostras de sangue e de secreções colhidas no útero dessas mulheres, identificou as pequenas criaturas descritas pelo holandês.
Uma noite, em 1879, numa reunião da Academia de Paris, um obstetra descartou com desprezo a hipótese de que a febre pós-parto fosse provocada por bactérias. Pasteur interrompeu: "A causa dessa doença são os médicos, que levam germes da paciente doente para a sadia".
Mais recentemente, a importância de esfregar as mãos com água e sabão foi bem caracterizada nas unidades de transplante de medula óssea. Nesse tipo de transplante, as defesas imunológicas ficam arrasadas por vários dias e o doente se torna vulnerável aos germes que o cercam.
Quando surgiram as primeiras unidades de transplante nos Estados Unidos, nos anos 80, para entrar no quarto do paciente era preciso colocar luva, gorro, máscara, avental e proteção para os pés. Além disso, de uma das paredes vinha um fluxo de ar contínuo que passava pela cama do doente e saía pela porta permanentemente aberta. Todos os que entravam no quarto eram proibidos de ficar entre a cama e essa parede, para impedir que a corrente de ar levasse os germes do visitante para o doente.
A experiência mostrou que tais medidas eram dispendiosas e descabidas. Hoje, nas unidades de transplante, pode-se chegar com a roupa da rua, mas é obrigatório lavar as mãos ao entrar e sair do quarto do transplantado, não importa o que o visitante tenha ido fazer lá dentro.
Uma medida tão simples como a lavagem das mãos tem grande importância em saúde pública. Por exemplo, se fosse possível convencer todos os que trabalham nos hospitais - principalmente médicos e enfermeiras - de que antes e depois de pegar numa pessoa doente as mãos precisam ser lavadas, estaria decretado o fim das infecções hospitalares. Se conseguíssemos ensinar as mães a tomarem o mesmo cuidado antes de tocar em qualquer coisa que vá à boca do bebê, talvez acabasse a mortalidade por diarréia infantil no país.

Extraido do site: http://www.drauziovarella.com.br/artigos/infeccoes.asp

Para saber mais:

http://paraalmdocuidar-educaoinfantil.blogspot.com/2008/10/seqncia-didtica-lavar-as-mos-bi.html

Os Fazeres na educação Infantil / Organizadoras Maria Clotilde Rossetti-Ferreira et - 2 ed rev ampl. - São paulo: Cortez, 2000

Creche e pré-escola: uma abordagem de saúde/ Org. Lana Ermelinda da Silva dos Santos. São Paulo: Artes Médicas, 2004

terça-feira, 9 de março de 2010

Educação Infantil, lugar de aprendizagem

Como organizar os espaços da creche e da pré-escola e integrá-los à rotina pedagógica





Click no endereço para ver as fotos.

http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/gestao/creche-pre-escola-ambientes-lugar-ideal-538783.shtml

Para os pequenos, quase tudo na vida é brincadeira. Por isso, na Educação Infantil, não faz sentido separar momentos de brincar dos de aprender. Essa simultaneidade pede que espaços e rotina da escola sejam planejados de modo a proporcionar multiplicidade de experiências e contato com todas as linguagens, o tempo todo. Sem abrir mão, é claro, dos cuidados com segurança e saúde.
É nesse ambiente de aprendizagem que as crianças vão socializar-se e ganhar autonomia. “Dentro do espaço da Educação Infantil é necessária a integração entre o educador, o planejamento pedagógico e a organização dos lugares, que funcionam como mais um elemento educativo, como se fossem um professor a mais”, explica Elza Corsi, formadora do Instituto Avisa lá, de São Paulo.
Com essa concepção, que vai muito além da visão assistencialista, órgãos como Ministério da Saúde e Ministério da Educação prepararam documentos para orientar a organização dos espaços nesse segmento. Nas próximas páginas, você conhece essas indicações e entende como elas se relacionam com a rotina pedagógica na Educação Infantil.
Continue lendo

http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/gestao/educacao-infantil-lugar-aprendizagem-creche-pre-escola-espacos-ambientes-538590.shtml

Fonte: Revista Nova Escola (eletrônica)

Quer saber mais?

BIBLIOGRAFIA

Educação Infantil: Muitos Olhares. Zilma Tamos de Oliveira (org.). Editora Cortez, 2007.

Educação Infantil: Creches. Anete Abramovicz e Gisela Wajskop. Editora Moderna, 1999.

Creche: organização, currículo, montagem e funcionamento. Gilda Rizzo. Bertrand Brasil, 2000.

Parâmetros Básicos de Infraestrutura para Instituições de Educação Infantil. MEC, 2006.

Portaria nº 321, de 26 de maio de 1988 – Normas da Vigilância Sanitária para construção de escolas de Educação Infantil.Manual de Boas Práticas – Higiene e Cuidados com a Saúde na Educação Infantil. Prefeitura de São Paulo e COVISA, 2008.

CONSULTORIA

Zilma Ramos de Oliveira, doutora em Psicologia pela Universidade de São Paulo, especialista em creche e em Sociointeracionismo

Damaris Maranhão e Elza Corsi, formadoras do Instituto Avisa Lá de São Paulo.

AGRADECIMENTOS

CEI Jardim Rodolfo Pirani, São Paulo, SP, tel. (11) 2751-4896

EMEI Profª Maria Alice Pasquarelli, São José dos Campos, SP, tel. (12) 3929-1854

IMI João Lopes Simões, São José dos Campos, SP, tel. (12) 3931-0194

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Reciclar caixas de laranja: Oficina com os pais

Por Maria Cristina dos Santos



Dentro da proposta do Acolhimento das familias buscamos mais uma opção de objetos para reciclar proporcionando um espaço acolhedor para nossas crianças.






Existe a possibilidade de utilizar estas caixas para fazer porta-brinquedos ou simplismente ser utilizado como material de largo alcançe, onde as próprias crianças podem inventar e reinventar maneiras diferentes de brincar com estas caixas.













Organização de espaço - MGD - Professora Kátia e Marly




O CEI Jardim Rodolfo Pirani tem um trabalho consolidado de leitura, como nossa unidade não tem espaço físico para uma biblioteca e dentro do nosso Projeto Pedagógico fizemos a opção por trabalhar cantos diversificados, por que não utilizar caixas de laranja para fazer uma biblioteca?

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Novos hábitos começam na Educação infantil

Maria Cristina dos Santos
Através da avaliação da equipe educadora no ano 2009, percebemos que os pais passavam um tempo grande ociosos, e isso acabava por atrapalhar a formação do laço afetivo tão importante nesta faixa etária entre os educadores e as crianças.
Surgiram várias idéias já apresentadas aqui, porém durante as discussões e com a vinda da ATE Quitéria vislumbramos a possibilidade de organizar oficinas com os pais ou com quem cuida da criança utilizando diversos materias reciclados e aproveitar para trabalhar com os 3 Rs.
Fomos a luta procurar materiais muitas vezes descartáveis pela população em geral, mas que poderiam ser reciclados ou reutilizados proporcionando um espaço mais acolhedor para nós e nossas crianças.
Mais uma vez nos surpreendemos com a competência e dedicação dos pais, que conseguiram se apropriar do espaço da unidade e aprender a fazer coisas diferentes, que futuramente pode até ajudar no orçamento doméstico.
Como sonhar ainda é de graça, quem sabe oportunizar esta experiência a comunidade seja um incentivo para criarem sua própria cooperativa de artesões.

Os bons hábitos podem começar na Educação Infantil e o foco do trabalho com os pais foram os 3 Rs:
  1. Reduzir: diminuir a quantidade de lixo residual que produzimos é essencial. Os consumidores devem adoptar hábitos de adquirir produtos que sejam reutilizáveis, como exemplo: guardanapos de pano, sacos de pano para fazer suas compras diárias, embalagens reutilizáveis para armazenar alimentos ao invés dos descartáveis.

  2. Reutilizar: utilizar várias vezes a mesma embalagem, com um pouco de imaginação e criatividade podemos aproveitar sobras de materiais para outras funcionalidades, exemplo: garrafas de plástico/vidro para armazenamento de líquidos e recipientes diversos para organizar os materiais de escritório.

  3. Reciclar: transformar o resíduo antes inútil em matérias-primas ou novos produtos, é um benefício tanto para o aspecto ambiental como energético.

Quem conheçe as barricas que são utilizadas para transportar textura? Um belo dia visitando uma E.U. vi uma professora que usava as barricas para guardar os brinquedos das crianças.

Ah! No mesmo dia fui passear pelo bairro ver quem estava pintando a casa com esse material e pedi explicando que era para usar em uma escola pública da comunidade.



Após conseguir várias barricas lancei o desafio: cada professor do CEI utilizaria o material que desejasse para criar, transformar, personalizar a sua barrica. Vejam cada coisa linda que eles fizeram.













Árvore dos Desejos - Acolhimento 2010

Por Maria cristina dos Santos
Árvore dos Desejos é uma Instalação performática, da artista Yoko Ono, considerada uma das principais da chamada Arte Conceitual e do movimento Fluxus, composta por árvores onde as pessoas devem pendurar bilhetes com um pedido é utilizada como estratégia para aproximar a comunidade educadora.


Yoko Ono diz: "A idéia deriva de uma tradição japonesa que conheci na infância. Você tinha de escrever em um papel desejos relacionados apenas ao amor, à saúde e ao dinheiro e pendurá-los em uma árvore, que cresceria e levaria seu desejo para o alto. Nas minhas árvores cada um tem a livre escolha do seu desejo.”
Conheci este trabalho em uma exposição realizada no Centro Cultural Banco do Brasil e achei a idéia muito bacana




Em Reykjavík, na Islândia, existe a Imagine Peace Tower, que inaugurei em 9 de outubro (aniversário de Lennon) em 2007. Então, todos os desejos eu mando para lá. Já encaminhei mais de 700 mil pedidos.Para mandar direto, coloque seu desejo em um envelope e mande para Imagine Peace Tower - P.O. Box 1009, 121 Reykjavík, Iceland. É a caixa postal do desejo. O método é 100% garantido. Por isso eu digo: tome cuidado com o que você deseja


Os nossos desejos irão para lá e o seu?

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

TEATRO DE PAPEL

Um recurso interessante e provocativo a criação
Bete Godoy
Histórico:


Em 1996 a Profª. Zaza Carneiro de Moura, do Centro Português de Filosofia para Crianças, apresentou uma experiência por ela desenvolvida em Portugal com os “Teatros de Papel”, como um recurso auxiliar no trabalho com o Programa de Filosofia para Crianças, e que, pode ser utilizado também em outras áreas da educação escolar e até nas famílias como forma de lazer cultural.

No Brasil inicialmente foi utilizado nas aulas de filosofia para crianças para a contação das novelas filosóficas. Hoje professores e crianças criam, constroem seus cenários e histórias para as mais diversas finalidades, mas em especial é que vivenciam aprendizagens importantes no desenvolvimento da sensibilidade, da estética e da linguagem.

Segundo suas informações, o “Teatro de Papel” tem sua origem no costume de pessoas ( nos séculos XVIII e XIX, ou talvez até antes) de construírem pequenas casas ou edifícios teatrais de papelão e/ou madeira assemelhadas às casas de teatro da época e com as quais reproduziam, a seu modo, os espetáculos em voga. Eram reproduzidos os cenários, os personagens e os textos. Cenários e personagens eram feitos em papel. Os personagens eram reproduzidos em figuras de papel mais consistente presas a uma haste comprida que era manejada por alguma pessoa provocando-lhe algum movimento e que acompanhava, tal manejo, com a recitação do texto da peça que estava sendo apresentada.

As pessoas construíam seus próprios teatros de papel, construíam ou “recriavam” os cenários, os personagens e os textos e as próprias pessoas degustavam, novamente, na sua “re- criação”, as peças teatrais já vistas antes, na sua “re-apresentação”.
Importante notar aqui que a prática dos “Teatros de Papel” implicava “re-criação”, “re-construção”, “criação”, “inventividade”, “atividade”, “participação” que se dá fundamentalmente na participação - na interação de todos com todos.

Quanta riqueza de criação, de re-criação, de imaginação, de exercícios de tomada de decisões, de interações, de julgamentos individuais e coletivos, de raciocínios práticos, de comunicação e de expressão. ( Marcos Antonio Lorieri- Prof. Dr em Filosofia da UNINOVE-SP).

A seguir uma história da literatura infantil apresentada para crianças de 4 e 5 anos da EMEI Prof Rumi Oikawa.


A PRINCESA E O SAPO


A expectativa das crianças
O teatro na educação infantil deve ser entendido como uma experiencia completamente integrada às outras experiências vividas pelas crianças: a leitura de histórias, a brincadeira, a expressão plástica, a música e o movimento.
Momento da apresentação
Desde cedo, as crianças podem refletir sobre o que é específico desta arte: o espaço cênico, a presença de personagens, a dramaturgia, bem como sobre o cenário, o figurino, objetos de cena , elementos que compõem a linguagem teatral.
As crianças pequenas interessam-se muito por histórias lidas, contadas ou dramatizadas pelo professor, nas quais ele se utiliza dos recursos expressivos da voz ( entonações) e expressão corporal.

Observando o cenário
Apresentar-se para uma platéia é uma experiência muito importante para as crianças. Porém, não é a única que deve ser possibilitada a elas pelo professor. Afinal, a experiência teatral somente se completa na relação entre palco e pláteia. Dessa forma reverzar-se entre "ser ator" e "ser pláteia" é igualmente importante.
Conhecendo o cenário de perto.
Conversando sobre a história.
Planejando uma apresentação feita por eles.
A aprendizagem do fazer teatral, além de passar pelo aperfeiçoamento do brincar de faz-de-conta, também se benificia da maior experiência das crianças em usufruir da contação de histórias no cotidiano das escolas.
A partir dos 4 anos torna-se possível para o grupo construir , com a ajuda do professor, os primeiros roteiros para encenação de histórias conhecidas, situações improvizadas, ou criações coletivas.
COMO CONSTRUIR A ESTRUTURA DO TEATRO DE PAPEL?


Materiais necessários
caixa de papelão
cola
tesoura
papéis coloridos
estilhete
Instruções para a construção:
Observe a foto nº 5 do artigo
Utilize uma caixa de papelão de aproximadamente 50 cm de largura. Retire com a ajuda de um estilhete as duas laterais e a frente da caixa deixando em cada uma margem de aproximadamente 5 cm.
Atenção! Retire com a ajuda de um estilhete o "teto" da caixa deixando uma margem de 5 cm somente nas laterais. Nelas ( nas lateriais) serão penduradas as varas com o cenário.
Separe e guarde as sobras de papelão para fazer as varas que serão colocadas os personagens e o cenário.
Encape a caixa com papéis coloridos reforçando a estrutura para que fique bem firme.
Corte tiras de papelão na largura de 2cm de largura e um pouco maior que o comprimento da caixa que servirá para pedurar com a ajuda de fita adesiva o cenário.
Corte tiras na largura de 2cm e faça uma suporte para que os pesonagens possam ficar em pé. O comprimento da vara também é maior que o comprimento lateral da caixa para que possa transitar dentro do cenário.

Notas:
Atividade apresentada: Professora Angela Maria Rodrigues
Foto ( nº 6) das várias estruturas de teatro de papel: Alunos da Professora Patricia Helena Rocha do curso de Pedagogia da Faculdades Integradas Paulista.
Bibliografia de apoio:Orientações Curriculares. Expectativas de Aprendizagens e Orientações Didáticas. Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.